O mercado das telecomunicações enfrenta uma fase de estagnação – após o recorde de vendas verificado durante a pandemia – e para os especialistas da GfK só será possível interromper este período com novidades que incentivem a procura dos consumidores.
Numa antecipação ao Mobile World Congress, em Barcelona, os especialistas identificam duas tendências que podem fazer despertar a indústria dos smartphones e dos jogos: a Inteligência Artificial Generativa e a Realidade Aumentada/Virtual.
O ano passado foi consideravelmente estável para o mercado global de smartphones, diz o estudo, apontando “um ligeiro aumento da receita (0,1%)”.
O 2º semestre foi particularmente positivo: o mercado recuperou e as receitas aumentaram 4,2% face ao ano anterior.
Numa análise pelas várias regiões do mundo, o ano ficou marcado por uma evolução muito divergente face a 2022.
A Europa Central e Oriental foi a área que registou a receita mais alta (+3,9%), seguida da Europa Ocidental (2%).
As regiões do Médio Oriente e África e da China também melhoraram a sua receita, com mais 1,1% e 0,3%, respetivamente.
Apenas duas áreas do globo verificaram uma diminuição nas receitas, diz o estudo: “A Ásia Emergente (sem a China), com menos 5,9%, e a América Latina, com menos 3,7%.”
A nível mundial, o preço médio dos smartphones voltou a aumentar ligeiramente (+34 dólares), passando para 389 dólares.
Este aumento resulta da contínua procura por dispositivos premium e com melhores funcionalidades.
Em 2023, os modelos 5G representaram 81% da receita, mais 6 pontos percentuais face a 2022, sendo que as quotas de dispositivos com mais de 512GB de armazenamento e de carregamento rápido sem fios também subiram, em 9% e 5%, respetivamente.
Atualmente, a utilização dos smartphones está muito canalizada para aplicações de mensagens (72% dos utilizadores a nível mundial), como é o caso do WhatsApp ou do WeChat, ou para a fotografia (64%).
No entanto, a contínua melhoria do desempenho dos dispositivos prevê “que o próximo passo seja a implementação generalizada da Inteligência Artificial Generativa”.
As análises da GfK às vendas a longo prazo e ao comportamento dos consumidores permitem concluir que, no momento em que a Inteligência Artificial Generativa entrar no dia-a-dia dos utilizadores de smartphones, verificar-se-á um impulso na procura, pois os consumidores estão dispostos a pagar mais por maior avanço tecnológico.
Contrariando esta tendência, no resto do mundo a Realidade Virtual continua a registar um ligeiro crescimento nas receitas (3%).
Esta divergência não é causada apenas pela preferência pessoal, mas também pela distribuição dos dispositivos, uma vez que alguns dos segmentos não estão disponíveis nos mercados locais.
Os especialistas da GfK acreditam que caso os óculos de Realidade Aumentada, Virtual ou Mista deixem de ser um produto de nicho, destinados a utilizações muito específicas, e passem a fazer parte do quotidiano da maioria da população, este pode ser mais um impulso no ritmo do mercado das telecomunicações.
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