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Inteligência Artificial aumenta a rentabilidade empresarial

A introdução da IA poderá conduzir a um crescimento económico de 14 biliões de dólares adicionais ao Valor Acrescentado Bruto (VAB) de 16 indústrias em 12 economias. 
Para capitalizar esta oportunidade, o estudo da Accenture identifica oito estratégias para a implementação bem-sucedida da IA que se focam na adoção de uma abordagem centrada no ser humano e na tomada de medidas inovadoras e responsáveis para a aplicação da tecnologia nas empresas e organizações.
O estudo, desenvolvido pela Accenture Research em colaboração com a Frontier Economics, mede o impacto económico potencial da IA no VAB, uma aproximação do Produto Interno Bruto (PIB) que representa os bens e serviços produzidos. O estudo comparou as taxas de crescimento de 16 indústrias em 2035 a partir dos pressupostos atuais destas economias, e com um cenário que apresenta o crescimento económico esperado com a inteligência artificial integrada nos processos, revelando que a IA tem potencial para aumentar a taxa de crescimento económico numa média ponderada de 1,7 pontos percentuais.

 
Entre os setores de atividade avaliados, os de informação e comunicação, indústria e os serviços financeiros foram os três que apresentarão as maiores taxas de crescimento do VAB num cenário de IA, com 4,8%, 4,4% e 4,3%, respetivamente, em 2035. Isto traduz-se num valor adicional de 6 biliões de dólares de VAB em 2035 só nestes três setores de atividade. Mesmo as indústrias com força de trabalho mais intensiva, como a educação e os serviços sociais – e onde a produtividade tem um crescimento tradicionalmente baixo – registarão um crescimento significativo de 109 mil milhões de dólares e de 216 mil milhões de dólares, respetivamente, no VAB.

Taxas de crescimento anuais do Valor Acrescentado Bruto (VAB – uma aproximação realista do PIB), em 2035, comparando um crescimento com base num cenário de inteligência artificial onde a IA foi integrada nos processos económicos do setor.

 Analisando especificamente a rentabilidade de cada setor, o estudo mostra que a IA oferece oportunidades sem precedentes. Nos setores com base de força de trabalho intensiva, como o grossista e o de retalho, a IA aumenta a força de trabalho humana, tornando as pessoas mais produtivas, e conduzindo a um crescimento nas receitas de quase 60%. Nos setores de capital-intensivo, como a indústria, a maquinaria potenciada com IA eliminará equipamentos defeituosos e máquinas paradas, promovendo taxas de retorno constantes, resultando num crescimento das receitas de 39% em 2035.

Repartição do lucro por indústria entre o cenário base em 2035 e o potenciado pela IA

Independentemente da indústria, as organizações têm agora uma excelente oportunidade para aplicarem a IA e criarem novas fontes de crescimento, rentabilidade e sustentabilidade. Para se prepararem para um futuro de sucesso com a IA, os líderes empresariais devem ter em conta estas oito estratégias:

  • Estratégia de IA e liderança – Obter valor da IA requer a adesão e ação dos quadros de topo da empresa. Ou seja, os seus benefícios devem ser claros para os níveis hierárquicos mais elevados e é essencial um manual de procedimentos. 
  • Reinventar os Recursos Humanos em RH IA – O papel do Diretor de RH não será ser apenas o de mero gestor dos colaboradores humanos da empresa, mas evoluirá para a gestão da interação homem-máquina – os Recursos Humanos em Inteligência Artificial.
  • Aprender com máquinas – Para adaptar os negócios à natureza variável da aprendizagem e formação dos colaboradores, os líderes empresariais devem concentrar-se nas necessidades da sua força de trabalho, em particular no que toca ao desenvolvimento das suas capacidades.
  • Nomear um chief data supply chain officer  esta nova função será necessária para construir uma cadeia de valor integrada com dados transversais a toda à empresa.
  • Criar uma cultura de IA aberta – Confiança, abertura e transparência são fundamentais para que as relações homem-máquina funcionem bem; os líderes empresariais devem moldar a cultura da empresa e as suas diretrizes de forma a minimizar os riscos de uma força de trabalho híbrida, ao mesmo tempo que maximizam as suas oportunidades.
  • Passar tudo para a cloud – A próxima fase da inovação combinará dados gerados por todos os colaboradores na cloud com os recursos da IA para criar novas e disruptivas oportunidades de negócio.
  • Ir além da automação – Com os recentes avanços da IA, as empresas têm que dar um passo em frente para aproveitar a inteligência artificial das máquinas dinâmicas, autodidatas e autónomas.
  • Mudar os algoritmos de medição de retorno – Ao contrário dos ativos tradicionais, que se depreciam ao longo do tempo, os ativos IA ganham valor com o passar do tempo, de modo que os CFOs precisarão de novas métricas financeiras para avaliar adequadamente o “Retorno em IA”, que poderá incluir o valor gerado por cada algoritmo ou uma combinação entre a despesa inicial e custos contínuos.

Este estudo da Accenture tem por base o relatório Why Artificial Intelligence is the Future of Growth e que analisou o impacto económico da IA em 12 economias desenvolvidas. O relatório revelou que a IA poderia duplicar as taxas de crescimento económico anual até 2035 e aumentar a produtividade até 40%, alterando radicalmente o modo de trabalho atual.

 

João Miguel Mesquita

Desde 1998 que está diretamente ligado às TI. Tendo desenvolvido a sua atividade profissional em projetos como Portugalmail, IOL (Grupo Media Capital), Terravista (Grupo T -Deutsche Telekom) , e Jornal Digital do Norte. Estudou Direito na Universidade Autónoma de Lisboa. É COO e Editor-inChief do Grupo Netmediaeurope/America no Brasil e Portugal. Gestor de projetos e-business, e editor. É um entusiasta do impacto das TI nas industrias criativas.

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