IDC revê em baixa crescimento das vendas de smartphones
A IDC reviu em baixa as previsões de crescimento para o mercado de smartphones em 2016, que deverão progredir apenas 3,1% para 1,48 mil milhões de unidades. É um número 2,6 pontos percentuais abaixo do que estava anteriormente previsto.
É também uma diferença substancial em relação ao crescimento de 10,5% registado em 2015 e de 27,8% de 2014. Embora a IDC já tivesse avisado que o mercado de smartphones chegou ao fim do período de crescimento explosivo, esta revisão mostra que o abrandamento está a ser mais forte que o esperado. A anterior previsão apontava para uma subida de 5,7% este ano.
As causas são múltiplas: tanto os Estados Unidos como a Europa e a China vão crescer a apenas um dígito em 2016, enquanto o Japão e o Canadá vão mesmo cair (6,4% e 6,9%). O comportamento dos consumidores está a mudar, refere a IDC: nos mercados controlados pelos operadores de telecomunicações, os contratos a dois anos estão a perder gás. Nos mercados onde o retalho é mais forte, está a surgir em força o canal a que a consultora chama “eTailer“, mercados online.
“Os consumidores estão a aprender como e quando comprar os seus smartphones, e isto está a abrir novas portas aos fabricantes e a levar alguns canais tradicionais a perderem controlo sobre o fluxo do hardware”, explica Ryan Reith, vice presidente do Worldwide Quarterly Mobile Phone Tracker da IDC. “O número de smartphones vendidos em canais eTailer cresceu 65% in 2015, e estes deverão representar 12% das vendas em 2016, contra os 4% em 2013”, sublinha. “Os consumidores têm agora mais escolha sobre que marcas querem e, ao mesmo tempo, conseguem comprar a preços mais baixos.”
Fora dos mercados que ainda têm baixa penetração de smartphones, a chave está em medidas para garantir que o ciclo de vida dos dispositivos não aumenta. Por isso, a IDC acredita que programas de troca como o da Apple e a disponibilidade de aparelhos desbloqueados e baratos irão ter um papel importante na manutenção dos ciclos de vida perto dos dois anos.
As boas notícias (talvez as únicas) estão nos ‘phablets’, smartphones com ecrãs de 5,5 polegadas ou superiores. Estes dispositivos vão crescer a dois dígitos nos próximos três anos, ao mesmo tempo permitindo valores médios de venda mais elevados (383 dólares contra os 260 dólares dos smartphones mais pequenos).
Em termos de plataformas, o Android crescerá de 81% para 84% de todas as vendas, a Apple terá a primeira queda efetiva de vendas (de 232 milhões em 2015 para 227 milhões este ano, menos 2%) e o Windows Phone vai concentrar-se nos clientes empresariais. “Se vamos ou não ver um Surface Phone é uma incógnita, mas mesmo que o vejamos deverá ser um aparelho topo de gama e não com foco no mercado de massas”, conclui o relatório.