A IBM decidiu transformar o seu supercomputador Watson num sistema que pode ser utilizado através da Internet para desenvolver aplicações e serviços. O supercomputador celebrizou-se ao ganhar um concurso televisivo de cultura geral em 2011.
Com esta nova transformação, empresas e académicos poderão aceder à capacidade computacional do Watson, que passa a funcionar como uma plataforma. No entanto, é necessário apresentar à empresa uma proposta de utilização e esperar que esta seja aceite.
Estão já diversos serviços a ser desenvolvidos com o poder computacional do Watson e, entre eles, está um assistente pessoal de compras. Esta aplicação analisa os hábitos dos utilizadores, o seu historial de compras e todo o tipo de informação sobre os produtos de modo a oferecer sugestões. Por exemplo, o potencial comprador poderá perguntar: “Quero um carro que sirva para toda a família. O que devo comprar?”.
Uma outra empresa desenvolveu um serviço para ajudar os hospitais e instituições de saúde dos Estados Unidos a tomar decisões sobre o material que compram. No passado mês de outubro, a IBM entrou em parceria com uma universidade para fazer com que o Watson aprenda medicina e possa vir a ajudar médicos.
O supercomputador começou a ser desenvolvido em 2006, por uma equipa de investigação da IBM. No Jeopardy, um dos desafios para a máquina era interpretar as pistas que conduzem à resposta certa. O Watson tinha também de encontrar a resposta entre o manancial de informação que tinha armazenada, entre a qual todo o conteúdo da Wikipedia.
A IBM está agora a disponibilizar um sistema diferente daquele que foi levado ao concurso. Na altura, a empresa construiu uma máquina com 2900 núcleos de processamento e 15 terabytes de memória RAM. Um computador portátil pode ter atualmente oito GB de RAM, ou seja, 3800 vezes menos do que aquela versão do supercomputador.
No entanto, os computadores Watson têm agora configurações mais modestas, com processadores entre os 16 e os 32 núcleos e 256 GB de RAM.
“O Jeopardy! foi seleccionado como o teste último das capacidades da máquina, porque se baseava em muitas capacidades cognitivas humanas que tradicionalmente estão para lá da capacidade dos computadores”, lê-se no site dedicado ao Watson. Estas capacidades incluem perceber significados ambíguos, ironia e rimas, assim como responder rapidamente e fazer ligações lógicas e complexas.
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