O ambiente era imponente. Em Orlando, na Flórida, a IBM reuniu mais de 2700 clientes, parceiros e jornalistas à volta de temáticas como cloud, big data, mobilidade e infraestrutura. “Simples” palavras que quando aplicadas ao mundo das tecnologias da informação ganham toda uma nova dinâmica. Aliás, é simples explicar. Das tais 2700 pessoas presentes na conferência, muitas provavelmente fizeram o check-in do voo desde o seu smartphone. E até acederam ao trânsito a partir deste equipamento. Outros terão ainda, quando aterraram, procurado um sítio para jantar e ainda leram o jornal no seu tablet. Tudo online. Tudo big data. Cada uma destas, digamos, “transações” fazem parte dos dados com os quais temos de lidar e que têm vindo a crescer de forma absolutamente exponencial.
Na sessão de abertura, Tom Rosamilia, vice-presidente sénior da IBM, lembrou que estamos a viver tempo sem precedentes. Porque todos estes conceitos – cloud, big data, mobilidade e social – estão a acontecer ao mesmo tempo. “Isto nunca aconteceu na nossa indústria, normalmente acontece um conceito de cada vez”. Mas Tom Rosamilia vai um pouco mais longe. E diz que no final da sessão espera ter convencido a plateia de que por trás de tudo isto está a infraestrutura. E que a infraestrutura realmente é importante.
Como? A IBM garante que os executivos confiam na sua infraestrutura para obter informações em tempo real, partilhar informação e garantir transações seguras. Basicamente, a IBM defende que a tal infraestrutura realmente interessa quando se melhora a economia das TI através da eficiência e da entrega de novos produtos e de serviços mais rápidos. Ou seja, cloud. Por outro lado, também parece interessar quando estamos a lidar com grandes volumes de dados e a necessidade de reportar informações em tempo real. Ou seja, big data e análise. A IBM diz ainda que a infraestrutura interessa quando se revoluciona a partilha de informação e colaboração por toda a empresa. Ou seja, mobilidade e social. Por último, diz a IBM, a infraestrutura marca ainda a diferença na altura de garantir transações e interações seguras.
Vamos a números. Hoje, existem 6,5 mil milhões de subscrições de telemóveis e um quarto da população usa redes sociais. Assustador é o facto de mais de 2,5 mil milhões de gigabytes de dados serem gerados todos os dias. “São números com os quais todos temos de lidar”, dizia Tom Rosamilia.
Num estudo realizado pela IBM, ficou patente que a tecnologia está a ficar cada vez mais importante para os CEO, ou seja, para os presidentes do conselho de administração. O estudo, que contemplou entrevistas a mais de quatro mil pessoas entre os quais mais de 800 CEO de 17 países diferentes e distintas indústrias, revelou que desde o ano passou as questões relacionadas com tecnologia estão à frente das questões relacionadas com o mercado, macroeconomia ou preocupações de regulamentação. “Acredito que eles coloquem a tecnologia em primeiro lugar porque realmente tem impacto no seu negócio. Já não veem a tecnologia como um custo – o que aconteceu durante muito tempo – mas como uma forma de marcarem a diferença no seu negócio”. Mais curioso ainda é que para além dos presidentes dos conselhos de administração, mesmo os responsáveis pelos recursos humanos e outras direções não ligadas às tecnologias já reconhecem a importância desta área na estrutura empresarial.
Mas as coisas estão permanentemente a mudar. Há tecnologias emergentes, há que ser ágeis e ter noção de que as empresas estão a mudar de aplicações monolíticas para serviços dinâmicos. E há que orquestrar todos estes serviços de estáticos para… serviços de cloud. E há que ter os dados estruturados. Aliás, segundo Tom Rosamilia, 80% dos dados que criamos não são estruturados.
Na nova era de computação, o vice-presidente admite que as “empresas inteligentes” estão a elevar os seus negócios para um novo nível. “Tomam decisões de forma diferente, através dos dados que têm disponíveis e aplicando análise. Criam valor de forma diferente porque incutem inteligência no que criam e em como criam. E entregam valor também de forma diferente, não a segmentos de pessoas, mas a indivíduos”.
Mas, no final, como se tomam melhores decisões? Como se maximiza o valor dos dados? “Podemos melhorar a eficiência e a velocidade e melhorar a integração e inovação”, disse Tom Rosamilia. “Há que estruturar todos os dados”.
Para ajudar os clientes a transformar a sua infraestrutura de tecnologias de informação em algo ágil e eficiente, a IBM conta com uma série de plataformas, como a System Z, Powers Systems, PureSystems, Systems X e System Storage que, obviamente, foram as estrelas da companhia neste mega evento realizado em Orlando. “Há muita inovação a acontecer”, dizia empolgado Tom Rosamilia. “Se olharmos para o System Z e a quantidade de pessoas a usarem Linux nesta plataforma, é incrível. O Powers Systems, totalmente comprometido com Linux, é uma grande mudança para nós. Trabalhamos com Unix há muito tempo e é muito importante para nós adotar Linux no Powers Systems, daí termos feito uma série de novos anúncios”. Anúncios que a B!T vai explanar nos próximos dias.
Aliás, a IBM veio a Orlando garantir que está altamente comprometida com open standards. “Acreditamos que esta é a melhor forma de o fazer. Podemos inovar imenso por cima desses open standards”.
No entanto, a finalizar, Rosamilia deixou um “alerta”. “Em muitos casos, acreditem que a tecnologia é a parte mais fácil. Em muitos casos, o mais difícil nesta transação são mesmo as pessoas. Há que haver colaboração, há que incentivar a colaboração”. E estas sim, serão, no entender de Tom Rosamilia, as tais “smarter companies”, ou empresas inteligentes.
Uma última nota. A diferença entre um evento realizado na Europa ou nos Estados Unidos? Por terras do “uncle Sam” as sessões começam às 8 da manhã e com música. Forte e portentosa música! “Era este o acordar que eu precisava, não vos parece”, gracejou Tom Rosamilia.
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