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HP anuncia nova tecnologia para o mercado de impressoras 3D

Depois de anos de pesquisas em laboratório, a HP vai finalmente entrar com tudo no jogo das impressoras 3D. Até então, apenas startups ofereceram modelos mais acessíveis, mas que ainda estão longe da massa de potenciais consumidores.

Até pouco tempo, impressoras 3D custavam centenas de milhares de dólares. E o preço das máquinas nem era o maior problema: o custo dos insumos de impressão eram tão altos que acabava sendo proibitivo testar conceitos de desenvolvimento. Para imprimir um modelo 3D, só se fosse um protótipo de pré-produção.

A revolução 3D veio com empresas de fundo de quintal, como a MakerBot, que colocaram nas mãos de entusiastas a possibilidade de criar modelos 3D feitos em plástico.

O grande questão é a dificuldade de se fazer as máquinas de menor custo funcionarem. Os primeiros modelos vinham totalmente desmontados, e sem habilidades técnicas, um usuário não conseguiria montá-lás. Outro problema é a calibragem, que precisava ser feita manualmente, em um processo de tentativa e erro tedioso e totalmente inaceitável para o mercado de larga escala.

Hoje, por cerca de US$ 1.500, é possível comprar um modelo de entrada mais amigável, que já vem montado e tem calibragem muito mais simples.

Mas as empresas que produzem as impressoras 3D não tem como absorver a demanda de mercado, além de não serem conhecidas do grande público, o que causa desconfiança.

E é aí que vem a importância do anúncio da HP. Ter uma impressora 3D mais acessível fabricada por uma empresa de renome significa ter respaldo, como consumidor ou empresa, de assistência técnica e a certeza de se encontrar facilmente, por um preço compatível, suprimentos de impressão.

Hoje, imprimir em 3D com baixo custo significa ter que lidar com carretéis desajeitados de fios de nylon, que são fundidos pela máquina para formar as camadas. A resolução desse tipo de impressão deixa a desejar, com as camadas muito evidentes, que para ficar aceitável precisa que o usuário apare as arestas e lixe a peça.

O que a HP finalmente conseguiu foi uma forma de adaptar sua tecnologia de jato de tinta, mais do que comprovada, para operar depositando o material. Além da resolução absurdamente maior (cerca de 20 mícrons, o dobro da espessura de um fio de seda), o sistema da HP utiliza até 10 mil pontos de deposição por cabeça de impressão, possibilitando a produção de modelos 3D em um décimo do tempo que uma impressora 3D convencional. Essa velocidade também é crucial para uma boa aceitação no mercado.

Mesmo que inicialmente a tecnologia da HP seja aplicada em impressoras tridimensionais de uso industrial, é um avanço que pode mudar totalmente o jogo. A facilidade de abastecimento de consumíveis e a resolução dos objetos, que podem ter múltiplas cores, vão além do que a concorrência oferece. A HP não revelou preços, apenas declarou que a tecnologia será utilizada em um projeto-piloto em 2015 e deverá chegar ao mercado em 2016.

O impacto dessa nova tecnologia pode ser tão grande quanto o advento das deskjets, que possibilitou a impressão em cores e melhor qualidade que as impressoras matriciais. Como o preço das impressoras jato de tinta também baixou exponencialmente com o passar do tempo (ao contrário das matriciais), não é difícil imaginar que, em menos de uma década, será comum ter uma impressora 3D em casa.

Agora é aguardar para ver o movimento de concorrentes históricos da HP, como Epson, Lexmark e Canon, farão.

Jocelyn Auricchio

Atua como jornalista especializado em tecnologia há mais de 20 anos, escrevendo para as maiores empresas de mídia do Brasil, como Editora Abril e Jornal O Estado de São Paulo. Além de foco em cobertura B2B e B2C, tem especial interesse nos bits e bytes do mundo hacker. Entusiasta por tecnologia desde que conseguiu formular as primeiras frases, está em busca de um mítico notebook para jogos com grande autonomia de bateria. Acredita em café bom, chocolate amargo e comida decente.

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