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Hive, LockBit e BlackCat atacam uma mesma rede consecutivamente

A Sophos alerta que os grupos Hive, LockBit e BlackCat, três gangues de ransomware proeminentes, atacaram consecutivamente uma mesma rede.

Os primeiros dois ataques aconteceram num espaço de duas horas, e o terceiro duas semanas mais tarde.

Cada grupo de ransomware deixou o seu próprio pedido de resgate, “e alguns dos ficheiros foram triplamente encriptados”.

As conclusões estão presentes no mais recente whitepaper da Sophos X-Ops Active Adversary – “Multiple Attackers: A Clear and Present Danger“.

“Já é suficientemente mau receber uma nota de ransomware, quanto mais três,” comentou John Shier, Senior Security Advisor da Sophos.

O whitepaper detalha casos adicionais de “sobreposição” de ciberataques, incluindo cryptominers, trojans de acesso remoto (RATs, na sua sigla em inglês) e bots.

No passado, quando atacantes múltiplos apontaram a um mesmo sistema, os ataques ocorreram geralmente ao longo de muitos meses ou até anos.

Estes ataques descritos no novo whitepaper da Sophos foram lançados num espaço de dias ou semanas – e, num dos casos, em simultâneo –, “muitas vezes com atacantes diferentes a aceder à rede da vítima através do mesmo ponto de entrada vulnerável”.

Normalmente os grupos criminosos competem entre si por recursos, o que dificulta a operação simultânea de múltiplos atacantes.

Os cryptominers costumam eliminar os seus concorrentes no mesmo sistema, e os RATs atuais destacam, muitas vezes, as suas capacidades de eliminação de bots nos fóruns de criminosos.

Contudo, no ataque que envolveu os três grupos de ransomware, por exemplo, o BlackCat – o último a entrar no sistema – não apenas apagou os vestígios da sua atividade, como também da atividade do LockBit e do Hive.

Diz ainda a Sophos que, num outro caso, um sistema foi infetado por ransomware LockBit; depois, cerca de três meses mais tarde, membros da Karakurt Team, um grupo com ligações à Conti, pôde tirar partido da backdoor criada pelo LockBit para roubar dados e pedir um resgate por eles.

A maior parte das infeções iniciais nos ataques destacados no whitepaper ocorreu através de uma vulnerabilidade não corrigida – algumas das mais notáveis foram Log4Shell, ProxyLogon e ProxyShell – ou de servidores Remote Desktop Protocol (RDP) mal configurados e desprotegidos.

Redação Silicon

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