Henrique Granadeiro defende fim da fusão da PT e da Oi
Henrique Granadeiro, que já foi presidente da PT, defendeu, em carta enviada à CMVM e à assembleia-geral de acionistas da PT SGPS, o fim da fusão entre a operadora portuguesa e a Oi. Este não é o primeiro parecer negativo dado à fusão, uma vez que também o sindicato dos trabalhadores da PT já tinha pedido que fosse discutida a anulação do acordo entre as duas operadoras.
A notícia sobre a carta de Henrique Granadeiro foi avançada pelo Diário Económico, que afirma que o ex-presidente da PT defendeu que é “legítimo à PT SGPS denunciar o acordo de fusão.”
Recorde-se que, também a PT SGPS já tinha reconhecido, em comunicado, que a aprovação da venda da PT Portugal à Altice poderia mudar as “regras do jogo”: “(…) representará o abandono do objectivo de existência de ‘um operador de telecomunicações líder, cobrindo uma área geográfica de 260 milhões de habitantes e cerca de 100 milhões de clientes’”.
A carta de Granadeiro, que terá sido enviada no dia seguinte à assembleia-geral da PT SGPS, vai ao encontro das opiniões já manifestadas por Menezes Cordeiro, Fernado Ulrich e a CMVM, que tinham defendido a necessidade de a PT discutir os termos do acordo com a operadora brasileira.
Mas Zeinal Bava também não é deixado de lado nesta correspondência – ainda que o seu nome nunca seja referido diretamente. Henrique Granadeiro afirma que Bava, a Oi e Pacheco de Melo teriam conhecimento das aplicações da empresa na Rioforte.
Devido à acumulação de cargos – com Zeinal Bava como presidente do Conselho de Administração da PT Portugal ao mesmo tempo em que era presidente da Oi –, Granadeiro afirma que era impossível “defender que a Oi não tinha conhecimento de operações cujos presidente e vice-presidente da PT Portugal conheciam e/ou ordenavam”. Granadeiro desmistifica, assim, a ideia de que os administradores da PT SGPS não tinham ideia do tipo de aplicações feitas nas empresas do Grupo Espírito Santo.