Fabricante de software de vigilância eletrónica para forças policiais e agências de inteligência, a Hacking Team, como foi dito pela imprensa internacional, “provou do seu próprio veneno”, depois de uma fuga de dados massiva ter colocado online os códigos dos seus programas de ciberespionagem – grande parte das informações foi publicada no WikiLeaks. A empresa, sediada em Milão, afirma que os criminosos poderão agora fazer uso do material divulgado para realizar espionagem em telemóveis e computadores.
O diretor executivo da Hacking Team, David Vincenzetti, afirma que a complexa arquitetura do ataque leva a crer que contou com o apoio de um governo estrangeiro, ou, pelo menos, de alguém com bolsos muito fundos. No entanto, o CEO não se quis debruçar acerca da possível identidade do perpetrador.
A tecnológica afirmou que uma investigação preliminar evidenciou que a quantidade de código furtado e publicado permitirá que qualquer criminoso cibernético, com as necessárias competências técnicas, possa lançar um ataque contra um sistema informático à sua escolha.
Através das informações divulgadas ficou a saber-se que a Hacking Team não só vendia software de vigilância a países como Itália, Estados Unidos e Austrália, como também tinha contratos com Estados como a Líbia, o Egipto, a Etiópia, Marrocos, Nigéria, Arábia Saudita e Sudão, alguns dos quais sob sanções internacionais e com histórico de violação dos direitos humanos dos seus cidadãos.
Não obstante, Vincenzetti mantém-se firme, dizendo, de acordo com a Reuters, que defende o seu portfólio de clientes e que nunca incorreu na infração de qualquer lei internacional sobre o comércio.
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