Um grupo de cibercriminosos, que se suspeita ser apoiado pelo governo chinês, está a atacar oficiais norte-americanos no Iraque, recorrendo ao exponencial aumento dos conflitos nessa região para eclipsar as suas operações.
A empresa californiana de segurança cibernética CrowdStrike afirmou que este grupo durante anos atacara especialistas americanos em assuntos geopolíticos asiáticos, mas que agora redirecionou as suas atenções para os oficiais dos EUA no Iraque. A CrowdStrike disse ainda que este é um dos mais sofisticados grupos de hackers dos 30 que monitoriza na China, acrescentando que as suas operações estão bastante melhor camufladas do que muitas realizadas pelas forças militares e por outras entidades governamentais.
Dmitri Alperovitch, diretor tecnológico e co-fundador da CrowdStrike, confessou estar bastante confiante de que se virá a verificar a associação entre o governo chinês e o grupo a que a empresa batizou de Deep Panda, embora não tenha avançado mais pormenores que possam suportar esta suspeita.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês assegurou que não existe qualquer ligação entre a China e a organização cibercriminosa e que repudia qualquer atividade desta natureza, renegando qualquer insinuação de que o governo esteja por detrás destes ataques.
Hong Lei, porta-voz do Ministério, afirmou que as empresas de segurança norte-americanas parecem sempre estar prontas para acusar a China de atividades ilícitas, e que têm constantemente um ângulo morto para a ameaça que os próprios Estados Unidos representam para a Internet.
Washington vai apelar à China para que seja restaurada a cooperação entre os dois países para combater a ciberespionagem e restituir a ordem e a segurança ao universo cibernético, de acordo com um oficial norte-americano.
A CrowdStrike tem, nos últimos três anos, vindo a observar que o Deep Panda alveja, preferencialmente, os setores financeiro e da defesa norte-americanos.
Desta forma, e segundo Alperovitch, o grupo tem aproveitado o pó levantado pelos exponenciais conflitos no Iraque para predar documentos confidenciais de funcionários do governo nessa região.
O executivo disse que estas investidas cibernéticas chinesas alinham-se com o facto de a China ser o principal investidor estrangeiro nas redes petrolíferas do Iraque e que tem este último como a sua quinta maior fonte de crude, pelo que intenta usurpar a presença norte-americana no país e antecipar-se a um qualquer ataque por parte dos EUA.
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