A Lenovo diz que a greve dos trabalhadores da fábrica de servidores da IBM na China é um assunto interno, e, como tal, tem que ser resolvido pela empresa norte-americana.
Há já cinco dias que mais de um milhar de trabalhadores da fábrica da Internacional Business Machines em Shenzhen protestam contra a compra do departamento de servidores x86 da IBM pela Lenovo, que anunciou a aquisição no valor de 2,3 mil milhões de dólares em janeiro.
No final do dia de ontem, a chinesa Lenovo, numa publicação no seu website, declarava que, apesar de considerar a greve um problema interno da IBM e, como tal, ser responsabilidade da multinacional tecnológica solucionar a situação, comprometia-se a manter os salários e os benefícios dos trabalhadores que se mantivessem com a IBM aquando da finalização do negócio.
A Lenovo afirmou ainda que não iria tomar controlo do segmento de servidores da IBM sem que o negócio fosse concluído e que todas as vertentes da aquisição fossem acordadas por ambas as partes. Estima-se que quase oito mil trabalhadores sejam transferidos para a alçada da Lenovo.
A empresa tecnológica chinesa avançou que a mão-de-obra foi um dos fatores de maior peso que motivou a aquisição do setor de servidores x86 da IBM.
Apesar das garantias avançadas pela Lenovo, os trabalhadores mostraram-se receosos relativamente às indemnizações caso decidam deixar a empresa após a concretização do acordo. Contudo, de momento, esses aspetos continuam ainda por definir, aguardando aprovação das autoridades governamentais e reguladoras.
A greve na IBM não constitui um evento inédito no território chinês. As manifestações de descontentamento por parte de trabalhadores são uma crescente tendência que tem vindo a emergir na China, numa altura em que a escassez de trabalho e os cortes salariais e de força de trabalho se alinham com uma economia fraca, vítima de múltiplas quebras.
Trabalhadores disseram hoje que foram vários os colegas que regressaram ao trabalho, mas que ainda são muitos os que se mantêm em greve ou que se demitiram.
A IBM, como contramedida face à insurgência, já despediu duas dezenas dos seus trabalhadores manifestantes, sob acusações de desobediência a ordens da empresa, ausência sem permissão e reunião durante o horário laboral.
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