O Governo está a estudar a venda em bolsa da área seguradora da Caixa Geral de Depósitos. Existem já dois grupos interessados na aquisição, mas se as essas propostas não forem aceites, a solução passa pela dispersão de capital em bolsa.
O fundo de investimento norte-americano Apollo Global Management e a chinesa Fosun International, os dois concorrentes à fase final do “concurso” de privatização da Caixa Seguros, têm até ao próximo dia 16 de dezembro para avançarem com ofertas firmes. Caso tal não aconteça, o Estado e a CGD abrem espaço a que o Governo possa vender em bolsa, através de uma oferta pública inicial entre 70 e 75 por cento do grupo segurador, com uma quota de mercado nacional de 30 por cento.
A possibilidade de seguir na Caixa Seguros a via do mercado tornou-se mais credível após o sucesso do IPO dos CTT, que permitiu um encaixe de quase 600 milhões de euros.
A entrega das propostas vinculativas visa a compra direta de um bloco de 95 por cento da Caixa Seguros. Os montantes que têm surgido a público apontam para uma valoração de 1,5 mil milhões de euros.
A privatização da Caixa Seguros já foi anunciada há quase três anos, mas desta vez o Governo já admitiu que este processo estará encerrado até ao início do próximo ano. O Conselho de Ministros já aprovou a reserva de cinco por cento do capital para os trabalhadores das empresas privatizadas, com um desconto de cinco por cento e um período de indisponibilidade de quatro anos.
O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, tem apresentado a venda da área seguradora do grupo estatal como uma imposição da Troika. Contudo, no memorando assinado em maio de 2011 entre o Estado e o Governo, apenas está consagrado que a CGD terá de deixar as participações não financeiras, e já vendeu a EDP e a PT. O documento não impôs a venda da Caixa Seguros por existir uma forte complementaridade entre as atividades bancária e seguradora.
A dispersão em bolsa da maioria do capital da área seguradora do Estado vai permitir a Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças, “esvaziar” as críticas de António José Seguro.
Nos últimos dois anos, com as receitas da venda dos CTT e as privatizações da EDP, ANA e REN, os cofres do Estado arrecadaram 6,9 mil milhões de euros. Cerca de 90 por cento desse valor destina-se a pagar a dívida pública.
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