A gigante tecnológica Google está a gerar alguma animosidade junto das empresas fabricantes de automóveis, numa altura em que, de olhos fixos na massificação dos seus carros que se conduzem a eles próprios, quer a qualquer custo conquistar um lugar ao sol na indústria automóvel.
Há aproximadamente dois anos, uma equipa de engenheiros da Google e uma mão cheia de responsáveis por alguns dos seus segmentos de negócio encontraram-se com várias das maiores fabricantes de automóveis, plano este que visava o estabelecimento de parcerias para o desenvolvimento dos seus veículos self-driving.
Contudo, numa destas reuniões, que aconteceu na cidade norte-americana de Detroit, no estado do Michigan, ficou bem claro que, embora tanto a Google como a fabricante automobilística estivessem verdadeiramente entusiasmadas face à tecnologia vanguardista, nenhuma conseguia chegar a um acordo com a interlocutora relativamente aos termos de uma possível parceria, pelo que as negociações prontamente caíram por terra. Uma das pessoas envolvidas no processo, que pediu que a Reuters mantivesse o seu anonimato, afirmou que era como se estivesse a assistir a uma conversa entre duas pessoas que falavam línguas bastante diferentes.
Entre as maiores empresas automóveis de Detroit, conhecida também como a Cidade Motorizada (Motor City) por ser um dos maiores centros da indústria automotiva nos Estados Unidos, reina a opinião de que à medida que a Google tenta estender o seu domínio para além do setor da pesquisa online e fincar as suas presas no no mercado dos veículos automóveis, vai adquirindo uma atitude nada cooperativa, caracterizada por uma certa arrogância.
Não querendo partilhar os seus brinquedos, a Google está por agora a avançar sozinha na construção dos seus veículos totalmente autónomos, renunciando aos planos, propostos pelas fabricantes, de uma integração progressiva da tecnologia self-driving em veículos já existentes.
No entanto, a Google terá que aprender a fazer algumas concessões se planeia tornar este novo paradigma de automobilismo uma realidade. A própria empresa disse já estar ciente de que dar o braço a torcer será a única solução para elevar os seus planos até ao próximo patamar.
Uma fonte anónima familiar com a esfera automóvel avançou que as fabricantes desta indústria “estão de olhos postos na Google e tentam perceber quais são as intenções e ambições da empresa”, sem estarem plenamente certas relativamente ao papel que a tecnológica olímpica desempenhará. Seja aliada ou inimiga, as empresas automóveis de uma coisas têm a certeza: os planos da Google serão causa de grandes impactos na indústria.
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