Futuro da PT Portugal pode não ficar decidido hoje

Apesar de não ter sido adiada, a verdade é que, na prática, a reunião geral de acionistas da PT SGPS pode não vir a ter grandes efeitos. Caso seja mesmo suspensa, o único ponto da ordem de trabalhos, a venda da PT Portugal à Altice, pode nem chegar a ser votado.

The logo of Portugal Telecom is seen at one of the entrances to their office building in Lisbon

Caso a votação venha mesmo a ser suspensa, uma nova reunião só poderá acontecer passados 21 dias, o prazo legal para a convocatória. Tendo em conta o calendário, a nova reunião pode acontecer apenas em fevereiro.

Desta forma, existem dois desfechos possíveis para a assembleia-geral: pode ser desconvocada pelo conselho de administração da PT SGPS ou pode ser suspensa logo após o início dos trabalhos.

O sindicato de trabalhadores da PT já mostrou o seu parecer favorável à suspensão da assembleia-geral, através de um comunicado. É dito que “o Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Portugal Telecom (STPT), na sua qualidade de acionista, representado nesta assembleia geral pelo seu presidente, Jorge Manuel Almeida Félix, vai requerer ao abrigo do disposto no artigo 387 nº 1 do Código das Sociedades Comerciais a suspensão da sessão da assembleia geral marcada para hoje dia 12 de Janeiro de 2015.”

Mas nem só os trabalhadores pedem a suspensão da reunião extraordinária. Também a CMVM já tinha dito que a informação revelada na auditoria feita pela PwC não seria suficiente para a salvaguarda dos interesses dos acionistas. Tanto que, na sexta-feira, pediu a suspensão da negociação das ações da Portugal Telecom, enquanto não fossem reveladas informações relevantes sobre a auditoria às relações económicas entre a PT SGPS e o GES.

O sindicato da PT SGPS irá também pedir que seja revista a fusão entre a PT e a Oi, já que existem “ indícios de incumprimento da Oi suficientes para avançar com a quebra dos contratos”.

Também Menezes Cordeiro, presidente da mesa da assembleia-geral defende que a Oi não respeitou o contrato de fusão, o que permite uma saída unilateral da PT SGPS.