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Fujitsu World Tour | Digitalização não é fácil… se não tiverem o parceiro certo

* em Madrid

Madrid quer entrar na rota das capitais mundiais dos negócios digitais. Pelo menos esse é um dos objetivos do Digital Enterprise Show (DES), que decorre esta semana na capital espanhola, e a razão pela qual a nipónica Fujitsu resolveu integrar o seu Fujitsu World Tour nesta feira.

Hoje, no segundo dia do DES e na abertura da 6.ª edição do Fujitsu World Tour, Angeles Delgado, presidente da Fujitsu Espanha, congratulou-se pelos resultados que a empresa conseguiu neste território, onde apesar de ter sido “um ano duro”, conseguiram garantir um crescimento de 19%.

E, também por isso, continuam a “merecer” o investimento da casa-mãe que, tal como a Portugal, tem “delegado” em Espanha a incorporação de novos centros de competências. A fábrica que têm em Málaga, o centro de serviços de Barcelona ou Madrid, onde o ano passado foi anunciado um investimento de cinco milhões de euros em uma filial da Fujitsu Laboratories, são disso claros exemplos. “Espanha continua a ser um pólo de investimento da marca”, disse Angeles Delgado.

Mas agora, mais do que nunca, diz a presidente que o importante é que as empresas entendam a tecnologia e o impacto que pode ter no negócio. “A nossa missão é acompanhar os nossos clientes nesse caminho”.

Aliás, segundo dados fornecidos pela executiva, o grau de confiança e maturidade digital das empresas espanholas é altíssimo. E um estudo da empresa nipónica revela mesmo que 98% dos inquiridos acredita que a sua organização está bastante, ou muito madura, na implementação das suas soluções digitais.

Mas claro que associado a tudo isto há obstáculos. Nesse estudo, 32% dos inquiridos admite que o principal obstáculo é a falta de um sócio tecnológico de confiança. “É esta a nossa missão. Ser o tal sócio digital adequado. E de todas a empresas, desde pequenas, médias, grandes a organismos públicos”.

Mas, para isso, Angeles Delgado diz que precisa saber qual é o impacto desta tão afamada transformação nas empresas e que desafios e oportunidades enfrentam os clientes. Para isso, diz socorrer-se de uma “atitude inovadora e flexível de partilha e colaboração”.

E se é verdade que a transformação digital não é propriamente tecnológica – até porque afeta a nossa própria forma de trabalhar e viver – não deixa de ser certo que é a tecnologia que faz com que a transformação aconteça. “E entendemos de tecnologia. Há 80 anos que existimos e investimos em investigação e desenvolvimento. E estamos a investir nas tecnologias que vão precisamente permitir que a transformação digital seja uma realidade em todas as empresas”, disse a presidente das operações da Fujitsu em Espanha.

Para Carlos Cordeiro, CTO Fujitsu, é simples: vivemos tempos apaixonantes, não só para os que trabalham com a tecnologia, mas para toda a sociedade. “Os avanços que vemos são disruptivos e afetam não só os negócios, mas também as pessoas. Estamos num mundo hiperconetado em que estão a ser processadas grandes mudanças. A hiperconetividade, as alterações tecnológicas e a quantidade de informação que há dez anos não conseguimos imaginar faz com que empresas e organismos públicos tenham de investir em tecnologia para se transformarem”.

Para Carlos Cordeiro, a inteligência artificial, a analítica e a Internet das Coisa unidas a uma transformação paulatina com o tradicional uso dos ERP e CRM vai permitir alterar os processos internos das empresas, a comunicação com os clientes e chegar a uma clara proposta de valor.

O CTO defende que até agora houve quatro ondas tecnológicas claras: a onda da Internet, que basicamente permitiu estamos todos ligados, online; a internet móvel, na qual passamos a estar ligados em tempo real, em qualquer sítio; a onda do IoT, que nos aportou uma convergência física e digital; e, por último, Inteligência Artificial e Robótica, que nos trouxe conhecimento e automação.

Que impacto tem tudo isto nos negócios? Depende, diz Carlos Cordeiro. Dependa da forma como definimos “digital”. Basicamente, o CTO diz que o uso do digital pode ser enquadrado em quatro tipos.

O primeiro é quando a digitalização é usada na transformação da relação com o cliente. Outros quando essa digitalização afeta os processos de negócio. Um terceiro caso quando é usada para tornar os produtos líderes e inovar e, por último, quando a digitalização é usada na criação de modelos de negócio.

“Mas o que realmente interessa é que a transformação é metamorfose, não é apenas uma mudança cosmética. É uma reconfiguração do negócio que leva à criação de novos produtos ou serviços.

Mas o caminho da digitalização não é fácil. Tem desafios. Carlos Cordeiro nomeou três. O primeiro, a integração com sistemas existentes. O segundo, a falta de conhecimento e talento para planificar, definir e implementar estes novos processos e tecnologias. E, por último, a falta de um parceiro tecnológico, já referido por Angeles Delgado.

No final, diz Cordeiro que a tecnologia permite um equilíbrio entre pessoas, informação e infraestrutura. A tal inovação centrada entrada no ser humano que a Fujitsu tem vindo a “proclamar” nos últimos anos.

A segurança é outro dos problemas, claro. Existe uma óbvia complexidade que é criada pela transformação. Um caso simples: um retalhista antes só tinha um ponto de contacto, que era a sua loja, agora tem o blogue mais a rede social, mais o portal… “há muitos e todos são importantes”.

Por isso, a missão da empresa nipónica é “ajudar os clientes a encontrar o equilíbrio na sua transformação digital, mantendo a sua estrutura atual. Tem de haver um equilíbrio entre as TI robustas e escaláveis, mas ao mesmo tempo inovar com umas TI mais rápidas e ágeis”, disse Carlos Cordeiro.

Para o CTO parte da resposta está na plataforma digital MetaArc, que acaba por abraçar as quatro ondas digitais.

Susana Marvão

Jornalista especializada em TIC desde 2000, é fã incondicional de todo o tipo de super-heróis e da saga Star Wars. É apaixonada pelo impacto que as tecnologias têm nas empresas.

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