* em Munique
A Fujitsu encomendou um estudo que mostra as preocupações das empresas e dos seus decisores face à tão afamada digitalização. E basicamente o documento diz que apesar de claramente verem uma oportunidade, também não deixam de mostrar a sua preocupação, sobretudo com a capacidade de abraçar todo este processo. Um processo que impacta as empresas mas que nasce no espaço individual.
“Reparem que o software está a definir a forma como interagimos. Há menos contacto interpessoal, comunicamos através de equipamentos”, disse Regina Moran, vice president and head of industries, EMEIA da Fujitsu num encontro com a imprensa promovido hoje de manhã, em Munique, durante o Fujitsu Forum 2016.
E não vem tirar empregos, esta tal digitalização? Sim, claro, parecem todos concordar. Aliás, se repararmos, sempre que há fatores disruptivos na história, ou alguma forma de “revolução” empresarial ou industrial, esse medo da perda de emprego surge. Mas na verdade, diz Regina Moran, isso não acontece. Ou melhor, acontece, sim, mas outras tantas oportunidade de emprego surgem “Só para vos dar um exemplo, pensem só na quantidade de pessoas que a Uber passou a empregar“.
Ou seja, sim, há postos de trabalho que se extinguem mas outros tantos são criados. O que muda é a própria sociedade e a forma como interagimos com ela, quer a nível pessoal, quer empresarial.
Além de que, diz Paul Richardson, managing director, special services na DHL Supply Chain do Reino Unido, o que vai passar a acontecer é as pessoas terem mais do que um empregador. “O que acaba, ao contrário do que se pensa, por dar mais estabilidade empresarial. Para além da satisfação e desafio que isso pode criar ao indivíduo”.
Mas voltemos ao estudo encomendado pela Fujitsu. No documento, diz-se que mais de metade dos líderes de empresas (52%) diz que a disrupção digital significa que as suas organizações não irão existir na sua forma actual em 2021.
Paul Richardson, por exemplo, acredita que uma das formas das grandes empresas acelerarem a mudança é a colaboração direta com pequenas empresas e start-ups. “Na DHL abraçamos esta estratégia e foi uma das formas de garantirmos a mudança que hoje nos é exigida”.
Uma mudança que abarca vários níveis, até as expectativas que os clientes têm da própria DHL. “Sentimo-nos muito mais próximos dos nossos clientes que querem que estejamos muito mais embebidos no seu próprio negócio”, disse à imprensa.
Aliás, parece consensual, pelo menos pelas conclusões das várias sessões a que assistimos, é que também, e não menos importante, será encetar uma inovação nos modelos comerciais. “Confiança é, provavelmente, a palavra de ordem. As relações comerciais estão muito mais estreitas e querem-se transparentes, não há outra forma”.
E como dizia Regina Moran, hoje todos os negócios são B2C, mesmo que sejam puros B2B.
E embora quase todos (98%) tenham dito que a sua organização já sofreu um impacto e continuará a sofrer os impactos da disrupção digital, 92% reconheceram que o seu negócio precisa de evoluir para singrar num mundo digital e 75% acreditam que o seu sector sofrerá mudanças radicais nos próximos cinco anos.
Quando questionados sobre o que (ou quem) impulsiona a sua resposta ao desafio da disrupção digital, quase metade (45%) indicou a equipa de liderança ou as chefias C-Suite (CEO, CIO, etc). Olhando externamente, a maioria dos líderes empresariais identificou os clientes (45%) à frente da concorrência (31%) como o grupo que mais os influencia a impulsionar a resposta da sua organização à disrupção digital.
Quando questionados sobre quem está a liderar a disrupção digital nos seus sectores, apenas 12% dos executivos se auto-indicaram – enquanto 45% indicaram start-ups e organizações fora dos seus sectores.
Apesar dos líderes empresariais preverem alterações drásticas nos próximos anos, a maioria (72%) acredita que a digitalização apresenta oportunidades entusiasmantes e quatro em cada cinco (80%) declara que ela é uma força positiva.
Tais benefícios potenciais estão a aumentar a vontade de capitalizar rapidamente. 71% dos executivos diz que as organizações precisam de inovar mais depressa para se manterem relevantes, com a Finlândia (97%) a ter o maior grupo de defensores desta ideia e os executivos de Espanha (36%) a serem os menos certos de que inovar mais depressa é o que é fundamental para permanecer relevante num mundo digitalizado.
Explorando o que é necessário para garantir o sucesso num mundo digital, quase três quartos (72%) dos líderes empresariais reconhece a necessidade de colaborar de forma mais estratégica com organizações que os possam ajudar a moldar a resposta à disrupção digital. 73% acreditam que a tecnologia é central para a capacidade de uma organização em ter sucesso num mundo digital, enquanto 67% dizem que a sua organização precisa de colaborar com especialistas tecnológicos terceiros.
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