Uma vez mais a infame agência de inteligência britânica GCHQ encontra-se sob o foco da polémica, depois de uma série de fornecedoras de serviços de Internet de vários países, aliadas a organizações defensoras da privacidade dos utilizadores, terem submetido queixas legais contra a entidade governamental, acusando-a de monitorização ilegítima de comunicações e de recolha não-consensual de dados privados.
As empresas querelantes, da Holanda, dos Estados Unidos, do Reino Unido, da Coreia do Sul e da Alemanha, uniram-se à organização promotora e defensora do direito à privacidade Privacy International para responsabilizar a GCHQ por ataques às infraestruturas informáticas das referidas fornecedoras de serviços de Internet (ISP) que resultaram no furto de inúmeros dados confidenciais e na vigilância de comunicações.
Esta é a primeira vez que a GCHQ se depara com uma situação desta magnitude.
Claro é que estes protestos alinham-se com as sobremediatizadas revelações de Edward Snowden que expuseram os programas de espionagem de comunicações e de dados dos cidadãos digitais, operados pela Agência de Segurança Nacional norte-americana e pela sua homóloga britânica GCHQ.
As ISP afirmam que os ataques às suas redes, tornados públicos no jornal alemão Der Spielgel e na publicação online The Intercept, conspurcam a confiança na privacidade e na segurança sobre a qual emerge a Internet como uma ferramenta da comunicação e da Democracia.
Não obstante as empresas querelantes não terem sido diretamente referidas nos documentos divulgados por Snowden como tendo sido vitimadas pelas atividades conspicuamente ilegítimas da GCHQ, a Privacy International garantiu que, dados as dimensões e o desenfreio dos programas da agência, todas estas empresas eram alvos potencialmente apetecíveis.
As reivindicações surgem também depois da organização defensora da privacidade ter conseguido forçar a GCHQ a iluminar um política oculta que a permitia materializar vigilância massivamente abusiva dos utilizadores britânicos do Facebook, do Twitter e da Google.
Eric King, diretor adjunto da Privacy International, afirmou que estas atividades corruptas das boas práticas digitais e da Internet colocam em xeque a confiança dos utilizadores na Grande Rede e em todos os processos que nela tomam lugar, o que consequentemente prejudicará em grande escala a economia de todos os países, e poderão mesmo estilhaçar os direitos civis à liberdade de expressão.
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