O Estado-Maior General das Forças Armadas está atualmente a preparar um plano para criar um comando de Ciberdefesa, de modo a executar ataques no ciberespaço. O ministro da Defesa determinou que o projeto deve estar concluído até ao final deste ano.
O plano que está a ser posto em prática tem como objetivo proteger os sistemas de comunicações das Forças Armadas e deveria ficar interligado ao Centro Nacional de modo a responder a incidentes informáticos que possam pôr em causa o funcionamento do País. No entanto, o “projeto-mãe” ainda nem foi aprovado e já surgiu um novo que pode comprometer potenciais apoios e financiamentos externos para o CNCseg.
A Comissão Europeia indicou o final do ano passado para a criação deste centro, mas ainda não há dotação orçamental prevista. Segundo uma fonte oficial do gabinete de Marques Guedes, “a verba está dependente da decisão definitiva sobre o processo”.
O projeto que foi entregue ao primeiro-ministro tinha em vista responder a um conjunto de diretrizes do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia, para que os Estados membros reforçassem as suas capacidades de prevenção, partilha de informações, coordenação e resposta na proteção das infraestruturas críticas de informação. No entanto, se o CNCseg não estiver a funcionar em pleno, torna-se muito difícil antecipar e reagir a tempo aos ataques.
“O adiamento por mais um ano ou dois da criação do CNCseg é inaceitável em termos nacionais e internacionais”, refere a comissão instaladora.
Segundo o despacho do MDN, publicado em outubro de 2012, “o ambiente do moderno campo de batalha é cada vez mais descontínuo e multidimensional, constatando-se que as operações militares têm vindo progressivamente a incluir o desenvolvimento de operações em redes de computadores (defensivas, de exploração e ofensivas), juntando aos tradicionais espaços de atuação (terra, mar e ar) também o ciberespaço”.
Também em Inglaterra, Philip Hammond, secretário de Estado da Defesa, tinha anunciado no passado mês de setembro que o ministério da Defesa estava a preparar a criação de um “ciberexército” para atacar e defender o ciberespaço. O seu investimento é de cerca de 600 milhões de euros.
Segundo Aguiar-Branco, “as Forças Armadas devem dispor de uma capacidade de recolha e análise de informações no ciberespaço, capaz de permitir, em tempo, uma resposta eficaz”.
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