Fase de transição IBM-Lenovo: a atenção permanece alta

Tornar o acordo claro, ter atenção ao parceiro e ter prontas as ferramentas que vão ajudar no momento de transição – são estes, em síntese, os três passos implementados pela IBM para os meses que faltam até à transição definitiva da divisão de servidores x86 para a Lenovo, depois do acordo de venda alcançado em Janeiro e que entrará em vigor no final do ano.

 

Mas até o negócio não ser oficialmente fechado (ainda faltam autorizações e aprovações), IBM e Lenovo continuam a operar de modo independente: a IBM continuará a trabalhar com os seus próprios clientes e parceiros no cumprimento dos acordos previamente estabelecidos e só depois do negócio estar concluído é que vai trabalhar na transição da sua divisão x86 e passar a liderança nestes sistemas à Lenovo.

“O mais tardar, será em Dezembro de 2014”, afirma Alessandro De Bartolo, Manager da Unidade de PureFlex and System x Business da IBM em território transalpino, que nesta fase enfatiza a necessidade de manter o foco na continuidade do negócio e na clareza com o parceiro para diminuir a preocupação do canal e dos clientes, tentando explicar-lhes os verdadeiros motivos deste negócio e realçando a relação que foram construindo ao longo dos anos no negócio de x86. “Muito foi feito nos servidores x86 neste último ano, no que diz respeito à diferenciação da oferta na plataforma standard da indústria. A passagem do negócio dos servidores x86 para a Lenovo enquadra-se na estratégia da IBM de se voltar para áreas de maior valor, continuando a propor a utilização de servidores na cloud e concentrando-se nas tecnologias mainframe e Power System”, refere o executivo.

A aquisição da SoftLayer, um dos destaques cloud no portfolio da IBM, faz parte da estratégia de elevar a fasquia na ‘nuvem’ e nos serviços, livrando-se do mundo do hardware x86 onde estão outros atores fortes. Assim, a Lenovo vai adquirir à IBM os sistemas rack e tower da família System X, e os servidores blade da família FlexSystem x86 e BladeCenter x86, enquanto a IBM continuará a gerir os negócios de mainframe System z, servidor Flex baseado em tecnologia Power, armazenamento e Power Systems, além de PureData e PureApplication.

“Os servidores x86 precisam da agilidade, flexibilidade e economia de escala que a Lenovo pode garantir, porque a sua dimensão assim o permite”, afirma Alessandro De Bartolo. “Estar focado nesta área será muito importante para a oferta da Lenovo, que terá uma especificidade que a IBM não seria capaz de ter, pois só olha para a cloud. Se por um lado, a Lenovo se foca na plataforma x86, por outro lado, a IBM concentra-se na cloud, uma escolha corajosa mas feita a tempo”, destaca.

A transição será finalizada no final do ano e, para prepará-la com determinação e serenidade, a IBM disponibilizou uma iniciativa denominada ‘Winning in Transition IBM-Lenovo’ (que pode ser traduzido por ‘ganhar com a transição IBM-Lenovo’) para manter a atenção e proximidade com o canal.

O roadmap evolutivo da plataforma x86 também já foi confirmado pela Lenovo e a continuidade operativa faz parte do acordo. 7500 pessoas a nível mundial serão integradas na Lenovo e durante, pelo menos, 5 anos o serviço de pós-venda continuará a ter o suporte da IBM.

“A IBM demonstrou sempre saber em que direção o mercado está a ir e redirecionar os parceiros de negócio de modo adequado. Comunicar corretamente, manter motivada a rede de revendedores nesta fase de transição, investir em instrumentos de venda para deixar o parceiro satisfeito e evitar quebras no negócio são os instrumentos que usamos diariamente”, afirma Alessandro De Bartolo. “Se conseguirmos ganhar mais negócios à concorrência nestes 6 meses, melhor para o parceiro”, acrescenta. Vamos aguardar até ao final do ano pela definitiva passagem de testemunho.

Emanuela Teruzzi com PM

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