A Europa está a atravessar aquela que pode ser considerada uma das mais severas crises económicas de sempre, trespassando os mais diversos setores e impactando negativamente o desenvolvimento dos Estados-Membros. A instabilidade política e os concomitantes conflitos que dilaceram aquela que em tempos foi a mais poderosa potência mundial obrigam a União Europeia a procurar novas estratégias de atuação, seja a nível legislativo, económico, político ou social. Como tal, no 24º Congresso das Comunicações debateram-se o vigente panorama europeu, possíveis soluções para o futuro e os impactos destes desequilíbrios no progresso e modernização dos países e das duas cidades.
A discussão sobre o futuro da Europa arrancou com a intervenção do Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Manuel Castro Almeida, que afirmou que a confiança dos portugueses dos cidadãos no Projeto Europeu está seriamente flagelada, não existindo já um sentimento co-cidadania no Bloco dos 28.
“Portugal, crescendo pouco, está a crescer mais do que a Europa”, frisou Castro Almeida, referindo-se à estagnação económica na qual a Europa se afoga, causa da perda da sua liderança mundial, que, in extremis, poderá mesmo colocar em xeque a sua relevância.
O político comunicou ainda que entre 2008 e 2013 os investimentos públicos na Europa caíram mais de 20 por cento, o que inviabiliza o desenvolvimento dos próprios Estados e das cidades que os compõem. Esta deficiência emerge como um fator altamente prejudicial, numa altura em que as cidades têm de modernizar as suas infraestruturas e ofertas de serviços para acompanharem o progresso científico-tecnológico e não se deixarem cair na obsolescência.
A aposta em projetos inovadores e na criatividade das próprias regiões, continuou Castro Almeida, deve aliar-se a forças políticas resolutas e dinâmicas, para que, assim, se possa começar a restituir, progressivamente, a vitalidade perdida à Europa.
Num momento posterior da sua exposição, o Secretário de Estado evidenciou que a União Europeia alveja o “crescimento inteligente, sustentável e inclusivo”, que passa, inevitavelmente, pela adoção de estratégias que versem sobre o desenvolvimento tecnológico das regiões e pela modernização das suas infraestruturas e serviços prestados aos cidadãos.
Não obstante, avançou que persistem resistências à materialização de uma Europa mais inteligente e estável, como a referida e crítica falta de investimentos.
Um Portugal mais smart?
Numa segunda parte da sessão, foi abordada a temática das Smart Cities, ou cidades inteligentes, debate que iniciou-se com a exposição do recentemente eleito Comissário Europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, que depois de ter sublinhado a importância da criação de condições à germinação de ideias e projetos vanguardistas, afirmou que “inovar é quase sempre pensar de forma diferente”.
O Comissário Europeu acrescentou que “a Europa tem a matéria-prima (…) mas temos ainda demasiadas barreiras”, fazendo referência aos obstáculos que impedem a estabilização e posterior crescimento da Europa.
Por seu lado, António Almeida Henriques, presidente da Câmara Municipal de Viseu e presidente da Rede Nacional de Smart Cities, disse que enquanto não existir uma cooperação entre as autarquias, as empresas e os centros de investigação, não poderão ser concebidas e implementadas políticas smart que adaptem as cidades portuguesas a um mundo tendencialmente mais digital.
O autarca revelou também que a Viseu conta já com sistemas de distribuição de água inteligentes cujos efeitos mais imediatos traduzem-se na redução do valor apresentado na fatura do cliente, asseverando que existe uma deficiente gestão dos recursos energéticos em Portugal.
A cidade do Porto, disse o seu presidente Rui Moreira, está a por em prática algumas iniciativas que visam torna-la mais inteligente, como a integração redes Wi-Fi nos transportes públicos e a instalação de sensores por toda a cidade, tornando mais eficientes os serviços públicos.
Não obstante, Rui Moreira afirmou que o Estado português não facilita a efetivação de iniciativas smart, caracterizando-o de “muito pouco inteligente, obsessivamente centralizado”, privando as regiões dos fundos e da autonomia necessária ao seu devido desenvolvimento.
Quando tomou a palavra, Basílio Horta, presidente da Câmara Municipal de Sintra, confessou que a cidade sofre de uma pobre gestão do trânsito, o que, sendo uma região historicamente marcante, suscita problemas de circulação de viaturas.
O político disse que o Estado deve assegurar o investimento e a manutenção das infraestruturas essenciais à aplicação de soluções inteligentes, pois sem o apoio do Estado, as ações das autarquias ficam seriamente limitadas.
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