Facebook vai tomar medidas para combater notícias falsas

Zuckerberg, que está no Peru a participar do APEC, escreveu que leva a desinformação muito a sério. “Estamos a trabalhar no problema há muito tempo e tomamos seriamente essa responsabilidade”, disse o CEO do Facebook. “Fizemos um progresso significativo, mas ainda temos mais trabalho para fazer.”

O que o Facebook sempre fez foi depender do “policiamento” da comunidade para detectar publicações falsas, ofensivas ou que não cumpram a política da rede social. Qualquer utilizador pode sinalizar um link como sendo falso, e a rede também usa outros sinais para tomar uma decisão, tais como o número de vezes que pessoas colocam links para sites que desmontam mitos, como o Snopes. O algoritmo penaliza essas histórias, como faz com spam, clickbait e esquemas fraudulentos.

Mas os problemas que advêm dessas medidas são tão técnicos como filosóficos, considera Zuckerberg. O executivo quer dar uma voz a todas as pessoas, o que muitas vezes significa deixar que os utilizadores compartilhem o que quiserem. “Nós precisamos de ter cuidado para não desencorajar a partilha de opiniões ou errar e restringir conteúdo verdadeiro”, avisa o CEO. Do ponto de vista dos negócios, é claro que Zuckerberg não quer restringir nada, porque quanto mais virais os posts forem e quanto mais utilizadores recorrerem ao Facebook para compartilharem as suas opiniões, melhor.

No entanto, as críticas têm subido de tom e Zuckerberg decidiu que irá tomar medidas mais fortes para combater falsidades. Estas são as principais:

  • Melhorias no sistema técnico de deteção de desinformação, que irá permitir uma classificação automática preditiva de “falso” antes mesmo que os usuários o façam
  • Tornar mais fácil a classificação de uma história como falsa por parte do utilizador
  • Verificação de terceiros: o Facebook pretende colaborar com sites que fazem verificação de fatos
  • Notícias que foram reportadas por terceiros poderão conter etiquetas e avisos de que são falsas
  • Melhoria da qualidade das notícias relacionadas, aquelas que aparecem por baixo de uma publicação que acaba de ler
  • Na questão financeira, que move muitas dessas notícias falsas , o Facebook pretende retirar os incentivos com novas políticas de publicidade
  • Colaboração com jornalistas e a indústria, para aprender com sistemas de verificação de fatos.

“Quero que saibam que nós sempre levámos isto a sério e que entendemos como este assunto é importante para nossa comunidade”, concluiu o CEO.

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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