F5 Networks: Uma nuvem de segurança
Segurança e cloud. Este é o foco do Agility 2016, o evento da F5 Networks na EMEA que deu hoje o seu pontapé de saída em Viena, na Áustria. E, claro, falou-se ainda das aplicações, de resto consideradas pelo CEO John McAdam “a chave do mundo atual”.
* em Viena
Sempre foram conhecidos no mundo das aplicações. E eram, e ainda são, reconhecidamente fortes no mercado de Application Delivery Controller, ou ADC. E até apontados como líderes, com uma quota de mercado em 2015 de 49%. Um mundo onde se movem empresas como a Cisco Systems – de resto um forte parceiro da F5 -, a Citrix, a aiScaler ou a A10 Networks.
Mas agora há outro universo onde a F5 quer claramente ganhar terreno: segurança. Até porque parecem não faltar oportunidades, dizia na apresentação Lizzie-Cohen Lalum, vice-presidente sénior de vendas na EMEA.
Vamos a números: o tráfego global na cloud irá quadruplicar em 2019. E mais próximo em termos temporais, até ao final deste ano, 67% das empresas terão 50% das suas aplicações precisamente alojadas na nuvem, revela Lizzie-Cohen Lalum. “Temos aqui uma excelente oportunidade de negócio. E queremos ajudar os nossos clientes a reduzir o TCO, acelerar capacidades híbridas e tornar mais ágeis o seu negócio”.
John McAdam, CEO da companhia, complementava na sua apresentação que na região EMEA, a média de aplicações por empresa é de 201, apesar de haver cerca de 15% de empresas a trabalharem com mais de mil aplicações.
O bem-estar financeiro foi um dos pontos que John McAdam insistiu em mencionar. A faturação de 1,92 mil milhões de dólares em 2015, o que significa um aumento de 11% em relação aos 1,73 mil milhões registados no ano anterior, e o facto de no segundo trimestre fiscal de 2016, encerrado em 31 de março, terem garantido 483,7 milhões de dólares veio provar essa tal boa disposição financeira. Ontem, como já tínhamos referido, os analistas da Wall Street tinham dado uma boa notícia à F5 Networks e, horas mais tarde, o site www.investors.com avançava que muito provavelmente a empresa americana iria às compras para fortalecer o seu negócio da segurança, até pela disponibilidade de “cash” que neste momento regista. A “BIT” entrevistou Julian Eames, vice-presidente executivo e Chief Operations Officer (COO) da companhia norte-americana que efetivamente confirmou a tendência para ir ao mercado, uma entrevista que publicaremos durante a próxima semana.
Uma nova realidade
Uma coisa é certa: a cloud e as aplicações redesenharam uma nova realidade, como ilustrou John DiLullo, vice-presidente executivo de vendas a nível global. E muito provavelmente nem sabemos o impacto que estes dois elemento terão no futuro, até porque “não fomos capazes de imaginar o que a mobilidade a a cloud iriam impactar as distintas indústrias”. E no entanto, hoje, não precisamos de ir fisicamente ao banco, comprar uma viagem ou alugar uma casa de férias.
O vice-presidente executivo de vendas referiu que, para este ano, o investimento em infraestrutura de TI para cloud deverá ascender, segundo a Gartner, a 38 mil milhões de dólares.
Segurança no epicentro
Obviamente que no centro de tudo isto terá sempre de estar a segurança, agora com novos desafios aportados quer pela cloud, quer pelo uso massivo das aplicações, nomeadamente em ambiente empresarial.
Ou seja, há que repensar a arquitetura da segurança. A prova está nos dados que Gary Newe, diretor de sistemas de engenharia na EMEA, enalteceu na sua apresentação: apesar de 72% dos ataques serem contra os usuários e a identidade, as empresas continuam a destinar apenas 10% do budget de segurança para este tema, enquanto os restantes 90% são canalizados para proteger o perímetro que, curiosamente, só tem direito a 25% dos ataques.
Gary Newe diz que as empresas gastam cerca de 11 mil milhões de dólares a proteger o tal perímetro, mesmo depois da “cloud e das aplicações móveis terem alterado radicalmente as regras do jogo”. Aliás, foram vários os intervenientes nas sessões que sugeriram que as empresas simplesmente estão a gastar o seu budget de segurança… no sítio errado.
E Portugal?
Portugal vai merecer uma atenção redobrada. Álex Lopez de Atxer, responsável pelo mercado ibérico, assumiu a necessidade de simplificar a mensagem que está a passar aos clientes e garantiu que o nosso país vai ter direito a mais investimento por parte da marca. O primeiro passo foi atribuir um responsável em exclusivo pelo mercado nacional, que está coberto pelos parceiros Exclusive Networks e Westcon. “E porque acha que eu estive a aprender português? É um sinal de que o mercado é muito importante para a F5”, disse entre sorrisos o diretor para a Ibéria. Uma entrevista que igualmente será publicada durante a próxima semana.
Novos produtos
Entretanto, a F5 anunciou novos produtos. O software BIG-IP 12.1, que proporciona serviços melhorados de aplicação com integração na nuvem pública e políticas de segurança avançada na nuvem híbrida e on-premises.
Outro produto foi o BIG-IQ Centralized Management 5.0, que oferece gestão ampliada, com escalabilidade e rendimentos optimizados.
Por último, o iWorkflow 2.0, a plataforma que permite a orquestração dos serviços da F5 com soluções SDN, tais como Cisco ACI ou VMware NSX, assim como cenários de implementação contínuos mediante a utilização de ferramentas DevOps.