Além dos óbvios riscos de queimaduras com explosões de baterias de dispositivos conectados, estamos expostos a outro risco: dezenas de gases perigosos são produzidos pelas baterias encontradas em mil milhões de dispositivos como smartphones e tablets. De acordo com um estudo conduzido por investigadores do Instituto de Defesa NBC (Institute of NBC Defence) e da Universidade de Tsinghua (Tsinghua University), na China, publicado na Elsevier Nano Energy, mais de 100 gases tóxicos são libertados por baterias de lítio – inclusive o monóxido de carbono, que tem o potencial de causar danos graves dentro de um curto período de tempo se cair num ambiente pequeno e vedado, como o interior de um carro ou o compartimento de um avião.
Os gases, alerta o estudo, são potencialmente fatais e podem causar fortes irritações na pele, nos olhos e nas vias respiratórias, além de prejudicarem o meio-ambiente de modo geral. Mais preocupante é o fato de muitas pessoas ainda não estarem cientes dos perigos de sobreaquecer, danificar ou utilizar carregadores de procedência duvidosa para carregarem os seus dispositivos.
É interessante notar que uma bateria totalmente carregada liberta mais gases tóxicos do que uma bateria com 50% de carga, por exemplo. Isso acontece porque os químicos contidos nas baterias e a sua capacidade de libertar carga também afetam as concentrações e os tipos de gases tóxicos libertados.
Os investigadores destacam que governos de todo o mundo promovem baterias de íons de lítio como uma solução de energia viável para alimentar praticamente tudo – de veículos elétricos a dispositivos móveis.
Quase 20.000 baterias de íons de lítio foram aquecidas até ao ponto de combustão no estudo, o que fez com que a maioria dos dispositivos explodisse e todos eles, sem exceção, liberassem uma série de gases tóxicos.
As baterias podem ser expostas a tais temperaturas extremas no mundo real, por exemplo, se passarem por um sobreaquecimento ou forem danificadas de alguma maneira.
Os investigadores querem agora desenvolver uma técnica de detecção para melhorar a segurança das baterias de íons de lítio, de modo a que possam ser usadas com segurança para alimentar os veículos elétricos do futuro.
Vale a pena recordar que os perigos relacionados com a explosão de baterias já levaram diversos fabricantes ao recall de milhões de dispositivos. Em 2006, a Dell fez o recall de 4 milhões de laptops e, mais recentemente, a Samsung fez o recall do seu Galaxy Note 7 e descontinuou a sua produção após incidentes de sobreaquecimento, incêndio e explosão das suas baterias.
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