Os ventos da mudança começam a soprar no mundo digital. A Europa prepara-se para dar início a uma caça às bruxas no setor tecnológico mundial, polindo escudos e amolando espadas para colocar em marcha uma guerra contra as gigantes de Silicon Valley que estão sequiosas por conquistar a cena digital europeia.
Reconhecendo o enorme poder de que gozam as multinacionais tecnológicas, o ministro da economia alemão, Sigmar Gabriel, descreve este novo – mas que estivera sempre presente – inimigo como a epítome do desregulado capitalismo informático, pelo que a Europa tem agora que erguer muralhas para conseguir proteger-se desta força inexorável.
O Bloco dos 28 tem que cerrar os punhos e preparar-se para lutar afincadamente para conservar a sua autonomia e liberdades, para que, desta forma, não se torne numa marioneta cujos cordéis passem a ser puxados pelas corporações tecnológicas transnacionais.
“É o futuro da democracia digital, e nada mais, que está aqui em xeque, e, com ela, a liberdade, a emancipação, a participação e a independência das 500 milhões de pessoas que habitam na Europa”, enunciou Gabriel.
Por sua vez, Arnaud Montebourg, ministro da economia de França, advoga que a Europa corre o risco de ser convertida numa subsidiária digital dos colossos tecnológicos que rompem com todo e qualquer género de fronteiras.
Admitindo o indiscutível pulso de ferro da Google, Gabriel declara que é premente encurtar a trela ao motor de busca, que reina, despótico, na esfera da Grande Rede. O ministro germânico apontou que o primeiro passo que deve dar-se será a subjugação da Google a normas severas para que, qual fera enjaulada, não prede, nem monopolize, o setor mundial da Internet.
A gigante comandada por Larry Page não é, contudo, a única empresa sob o olhar bélico da UE. A época da caça começou já no setor digital e a Amazon brilha como um farol numa noite escura. No ano passado, a maior atriz da cena mundial do comércio eletrónico foi proibida de impedir que os vendedores independentes da sua plataforma alemã comercializassem paralelamente os seus próprios produtos noutros locais, digitais ou físicos.
Já em maio, a União Europeia, através da implementação do “direito a ser esquecido”, que veio potenciar a privacidade dos cidadãos digitais, forçou empresas do ramo da pesquisa online, como a Google, a removerem informações de índole caluniosa, desatualizada ou irrelevante dos seus resultados de busca mediante um pedido formal que requeresse essa mesma eliminação.
No dia 11 de junho, o Comissário Europeu para as atividades concorrenciais Joaquín Almunia avisou – em tom de ameaça – que poderia ser reaberta a investigação que se debruçou sobre os parâmetros ocultos que vertebravam a ordem pela qual eram apresentados os resultados de pesquisa da Google.
Aos olhos do organismo europeu, a tecnológica detentora do maior motor de busca do mundo ocupa agora o primeiro lugar na lista de alvos a abater, destronando a Microsoft. A Google conseguiu elevar-se acima de todas as outras empresas no setor da Internet, estendendo os seus longos tentáculos a quase todos – se não mesmo a todos – os serviços a que a Era do Digital dera à luz.
A tecnológica de Page está agora a concentrar os seus esforços para conquistar a dimensão doméstica, desenvolvendo soluções e produtos que visam elevar o Q.I. das nossas casas.
Mathis Döpfner, que se senta na cadeira do diretor do grupo de media alemão Axel Springer, acusa a Google de padecer de uma avareza que, certamente, se provará corrosiva, que a leva a cravar as presas em tudo o que reluza.
A União Europeia quer agora “desmembrar” as titãs tecnológicas que cada vez mais poder estão a conseguir acumular, tanto no mundo digital como na dimensão real. Esperemos é que as Todas Poderosas não descendam das míticas hidras gregas, que quando perdem uma das suas cabeças, logo surgem outras duas em seu lugar.
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