Cuba acusou os Estados Unidos de continuarem empenhados e de despenderem milhões de dólares anualmente em tentativas de subversão da liderança comunista de país, depois de ter sido descoberta uma iniciativa de “promoção democrática” norte-americana através da criação de uma versão cubana do Twitter.
O governo norte-americano admitiu ontem ter criado um serviço em muito semelhante à plataforma de microblogging Twitter em Cuba como parte de uma operação “silenciosa” que intentava promover a democracia na ilha comunista, depois da tentativa no valor de 1,2 milhões de dólares ter sido revelada pela agência noticiosa Associated Press.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros cubano, Bruno Rodríguez Parrilla, no final do dia de ontem, disse que a mais recente investida norte-americana para derrubar o governo de Raúl Castro “mais uma vez demonstra que o governo dos Estados Unidos não desistiu dos seus planos subversivos contra Cuba, que procuram criar situações desestabilizadoras no país de forma a provocarem alterações na ordem política”.
O poderio cubano declarou que esta estratégia denuncia a resiliência de Washington em tentar obliterar o governo comunista da ilha.
Cuba apelou aos Estados Unidos para que terminassem as suas práticas ilegais e secretas contra o governo cubano, “que são rejeitadas pelos cidadãos cubanos e pela opinião pública internacional”.
O programa do “Twitter cubano” era operacionalizado pela Agência norte-americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que, por norma, disponibilizava ajuda aos países mais pobres, e que foi descontinuada em 2012.
Uma porta- voz do Departamento de Estado, Marie Harf, disse ontem à imprensa que o programa não era nem “secreto” nem “dissimulado” de acordo com as definições do governo norte-americano dos termos, apelidando-o de “programa de promoção democrática”.
A Associated Press asseverou que o programa fora concebido para contornar as austeras restrições aplicadas à Internet cubana, recorrendo a empresas de fachada confidenciais financiadas por bancos estrangeiros.
A agência noticiosa disse que a USAID era suficientemente cuidadosa para esconder qualquer ligação dos Estados Unidos da América ao projeto e utilizou empresas em Espanha e nas Ilhas Caimão para cobrir os rastos das transferências bancárias.
O projeto, com duração de dois anos, atraiu 40 mil utilizadores, que desconheciam que a rede fora desenvolvida por uma entidade governamental norte-americana e que havia sido concebida para disseminar a discordância política e não tinham conhecimento de que a sua informação pessoal estava a ser recolhida e arquivada por agências do governo dos Estados Unidos.
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