Estudo EMC aponta que uso efetivo da tecnologia para inovar ainda é desafio

Um estudo global, encomendado pela EMC e realizado em conjunto pelo IFF (Institute for the Future) e Vanson Bourne Institute, revelou que o uso eficaz da tecnologia como motor da inovação ainda é um desafio gigantesco para as organizações, em especial para aquelas que ainda tem enraizadas as noções empresariais do século passado.

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O estudo The Information Generation: Transforming The Future, explorou o impacto de uma crescente comunidade global de cidadãos digitais. Foram ouvidos 3600 líderes empresariais em 18 países, abrangendo empresas de grande e médio porte em nove setores para determinar os principais fundamentos empresariais exigidos para ter sucesso hoje e ao longo da próxima década. O Institute for the Future dirigiu a criação do estudo para identificar e prever os fundamentos e as mudanças no novo mundo digital.

De acordo com o apurado, 96% dos líderes empresariais tem plena ciência que as novas tecnologias mudaram definitivamente as regras dos negócios, 93% relatam que os recentes avanços tecnológicos estão redefinindo as expectativas do cliente, e quase todos dizem que isso se acelerará na próxima década.

Apesar da percepção apurada das transformações, existe uma cisão entre o entender e o fazer. Apenas 12% dos entrevistados afirmaram conseguir perceber novas oportunidades, 9% inovam com agilidade, 14% demonstram transparência e confiabilidade e 11% oferecem experiência personalizada ou funcionam em tempo real (12%) – e o fazem bem e em toda a empresa.

“Os consumidores estão exigindo mais das organizações com as quais interagem”, diz David Goulden, CEO da EMC Information Infrastructure. “Os negócios ‘nascidos na nuvem’ já estão promovendo esta nova forma de viver, e os negócios mais antigos precisam repensar e criar formas de transformação e adaptação para atender às expectativas desses novos consumidores. No caso dos que estão se redefinindo para participar deste novo mundo, a transformação precisa ser focada, objetiva e integral.”

A utilização da vantagem estratégica que o Big Data traz também é uma barreira. 49% das empresas admitiram não saber como utilizar as informações em seu benefício. 70% disseram que conseguem informações relevantes com dados coletados, mas apenas 30% são capazes de lidar com elas em tempo real. A torrente de dados gerados, que cresce exponencialmente, não é aproveitada de forma eficiente por 52%, que inclusive admitiram que estão soterrados pela avalanche de informações sem conseguir dar utilidade prática ao que é coletado. E apenas 24% dos entrevistados se consideram “muito bons” em transformar os dados em informações e ideias úteis.

O Institute For The Future previu importantes mudanças na forma de como a tecnologia transformará o mundo por volta de 2024. Existe um movimento na direção de um mundo em que toda ação cotidiana gera dados. As pessoas e as corporações venderão, doarão e negociarão informações em negociações abertas. Objetos inanimados ganharão vida à nossa volta, tornando-se mais alertas, responsivos e conectados. A tomada de decisões será aperfeiçoada pela inteligência artificial de um modo nunca visto. As informações serão comunicadas e absorvidas por vários sentidos humanos. Com novas ferramentas, os consumidores serão capazes de controlar melhor sua privacidade. Nessa nova ordem mundial, o valor se deslocará dos produtos e serviços para as informações que eles geram.

“Nossa missão é fornecer uma previsão prática de um mundo que está passando por uma rápida mudança – e ajudar a transformar ideias em ação”, diz Rachel Maguire, Diretora de Pesquisa do Institute for the Future. “É essencial explorar sistematicamente as implicações de longo prazo de uma era em que a informação está no centro de tudo o que fazemos, recondicionando-nos continuamente de modos que sequer imaginamos. Em todo o mundo, as organizações com mais capacidade de lidar com as informações – se já estiverem prontas – liderarão uma das transformações mais significativas da História.”

Rodrigo Gazzaneo, gerente do Executive Briefing Center da EMC, explicou ao apresentar a pesquisa à imprensa que esse gargalo de capacidade analítica evita que as empresas aproveitem o momento atual e transformem suas relações com o cliente. Segundo Gazzaneo, hoje o consumidor que se sentir especial, e a informação que ele dispõe, bem aplicada e processada com segurança, tem papel central no negócio.

Segundo o especialista, hoje o custo de implementação de um projeto de Big Data baixou consideravelmente, em especial pelo modelo SaaS e pelo compartilhamento de infraestrutura, permitindo a criação de projetos personalizados, com alto grau de eficácia, a uma fração do que custava há pouco tempo.

 

*Jocelyn Auricchio é jornalista da B!T no Brasil