Estudo da Kaspersky revela valor dos dados pessoais em dispositivos móveis

Os entrevistados referem que as memórias digitais ocupam um espaço especial no seu coração e mais de dois quintos, por exemplo, afirma que não teriam como recuperar fotografias e vídeos de viagens (45%), dos seus filhos (44%) ou deles próprios (40%).

Os resultados desta análise mostram ainda que a possibilidade de perda de alguns destes dados seria recebido como muito stressante por grande parte dos participantes na investigação. O mais recente estudo da empresa de cibersegurança revela que as pessoas muitas vezes dão mais valor aos seus dispositivos móveis que aos seus parceiros, amigos ou animais de estimação.

A Kaspersky Lab perguntou às pessoas quão stressantes seriam determinados cenários, incluindo a doença de um familiar, o final de uma relação amorosa, um acidente de carro e a perda de fotografias digitais, contactos, etc. Em todos os países estudados, a doença de um familiar é a situação que mais ansiedade e preocupação geraria. O roubo ou perda de um dispositivo – e a consequente perda das fotografias digitais – foi o segundo e terceiro cenário mais valorizado (dependendo dos países) ficando o acidente de viação, o fim da relação com um parceiro, um mau dia no trabalho mais para baixo na lista.

Outra experiência conduzida para a Kaspersky Lab por psicólogos da Universidade de Wuerzburg demonstrou aos investigadores uma conclusão contraditória: ainda que admitam amar os seus dados, as pessoas estão disponíveis para vendê-los por muito pouco dinheiro. Os participantes nesta experiência foram convidados a pedir um valor, em dinheiro, pelos dados guardados nos seus smartphones – incluindo fotografias de família e amigos, contactos e documentos pessoais.

Surpreendentemente, os montantes pedidos estiveram bastante abaixo do expectável, os participantes tendem a pedir mais dinheiro pela informação financeira e de pagamentos (em média, 13,33 euros) do que por outro tipo de dados. Os contactos valem 11,89 euros em média e as fotos seriam vendidas por um valor médio de 10,37 euros.

“A experiência trouxe conclusões interessantes e que são um bom ponto de reflexão: as pessoas mostram-se preocupadas com o valor dos seus dados, mas o valor emocional não se reflete nas ações do dia a dia. Por outro lado, estão conscientes do tipo de dados que lhes são mais importantes – a perda de memórias digitais, como fotos, é extremamente stressante. Eles sabem que é emocionalmente importante mas ainda não conseguem por um preço nisso. Precisam de alguém para ativamente os lembrar do que valem os seus dados antes que os partilhem ou deixem alguém apaga-los” sublinha Alfonso Ramírez, Diretor Geral da Kaspersky Lab Iberia.

João Pardal

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