Está o negócio de smartphones da Sony preso por um fio?

2016 será um ano decisivo para o negócio de smartphones da Sony, que não tem conseguido alcançar os objetivos da empresa nos últimos anos. O diretor executivo Kazuo Hirai tem procurado revitalizar a lucratividade da fabricante japonesa, através de uma estratégia de reestruturação, de contenção de despesas e de eliminação de negócios que geram prejuízo.

A Sony revelou, esta semana, que pretende separar o seu forte negócio de semicondutores de outros menos rentáveis, convertendo-o numa unidade autónoma. O negócio da empresa tem sido fragmentado para que unidades mais lucrativas não sejam afetadas por aquelas que geram mais perdas dos que ganhos. Em 2014, a Sony desfez-se da Vaio, a sua marca de PC, cuja performance não tinha capacidade para atingir os objetivos estipulados pela fabricante nipónica.

A empresa está confiante de que, este ano, conseguirá arrecadar o lucro mais elevado das últimas duas décadas, o que é um fruto direto das medidas de contenção que Hirai tem vindo a implementar.

Agora o CEO vira-se para o segmento dos smartphones, cujo futuro não se afigura muito promissor. O empresário japonês disse hoje que a Sony manterá o negócio de smartphones desde que este não faça com que a empresa não consiga manter o seu caminho rumo ao lucro. “Caso contrário, não pomos de lado a possibilidade de considerar alternativas”, disse Hirai, citado pela Reuters. Isto poderá indiciar que o diretor executivo pode estar a considerar alienar o negócio de smartphones, se continuar a ser um “escoadouro” de capital.

Segundo dados da própria Sony, divulgados em 2014, os smartphones da marca japonesa, incluindo os da linha Xperia, representam 17,5 por cento do mercado japonês e menos de 1 por cento do mercado norte-americano.

Kazuo Hirai afirma que, apesar de serem visíveis e positivos os resultados dos esforços que têm sido feitos no sentido de fortalecer o negócio de eletrónica de consumo da Sony, o segmento dos smartphones tem ainda de ser alvo de algum trabalho. Estará a Sony prestes a colocar um letreiro a dizer “Vende-se” no negócio dos smartphones?