ESPECIAL| Sage: adoção da cloud será gradual
Rui Nogueira, enterprise market da Sage, diz que a empresa acredita “numa transição gradual para a cloud, principalmente no que respeita às aplicações de gestão empresarial”. E que a melhor forma para suportar este movimento é a adoção da cloud de uma forma híbrida. “Estamos focados em acompanhar os nossos clientes nesta transição, mas respeitando o seu ritmo sem forçar uma transição radical”.
O tema governança é, hoje, a principal dúvida das empresas quando pensam a sua abordagem ao cloud computing? Que outras dúvidas assolam os vossos clientes?
Na nossa experiência, o tema da governança ainda não é a principal dúvida. Principalmente porque é um assunto abrangente e que implica a criação ou a adoção de um modelo que envolve a seleção, a forma de aquisição, processos, monitorização e a utilização generalizada. Todos estes assuntos são ainda analisados de forma isolada. Obviamente que a governança é vista de forma diferente conforme o estado de maturidade das empresas no que respeita à utilização de sistemas de informação e, em especial, na utilização de alguns serviços na cloud. Por exemplo, quando se pretende utilizar vários serviços em clouds públicas diferentes, conciliando com uma cloud privada ou sistemas “on-premise”.
Embora esta situação esteja a mudar de forma muito rápida. As questões relacionadas com segurança, privacidade, disponibilidade e propriedade dos dados ainda são as principais dúvidas.
Por exemplo, existem normas suficientes para suportar o movimento de dados de uma plataforma de cloud computing para outra?
Falta ainda alguma normalização neste domínio. Existem, no entanto, alguns serviços disponíveis que permitem a movimentação de dados de dados, evitando processos manuais morosos. Mas estes estão ainda muito direcionados para os mercados de entrada e uso restrito. Em termos profissionais ou empresariais, os protocolos de transferência ainda são os tradicionais (ftp ou Webdav). Embora já existam alguns fornecedores de serviços cloud que oferecem planos de migração.
A IDC (International Data Corporation) divulgou uma pesquisa na qual expressa que no primeiro trimestre do ano passado os investimentos globais em cloud eram cerca de 26%, enquanto que o mesmo número, quando se trata de investimentos na infraestrutura física, aumentaram 6,1%. Confirmam esta tendência?
Sim, claramente é uma tendência. Neste momento, a adoção de uma infraestrutura Cloud (pública ou privada) é quase sempre considerada. Normalmente, as exceções estão relacionadas com o nível de investimento e atualidade feito anteriormente em infraestrutura física.
As consultoras advogam ainda que a adoção da nuvem em larga escala e a concorrência entre os fornecedores das tecnologias tem diminuído o custo da nuvem privada. Corroboram esta opinião?
Sim, sem dúvida. Os custos relacionados com os investimentos em nuvem privada têm descido gradualmente e isso está principalmente relacionado com o aumento da adoção.
O que tem vindo a mudar, em Portugal, na adoção do cloud computing por parte das empresas?
Portugal tem seguido as principais tendências e está em linha com a maioria das previsões. Conforme referimos anteriormente, a opção pelo Cloud Computing é, neste momento, quase sempre considerada.
2016 vai ditar a “morte” das nuvens públicas empresariais?
Existe, de facto, uma alteração neste sentido. Mas não acreditamos que será um processo “radical” e que terminará em 2016. Em suma, acreditamos que em 2016 serão terminadas algumas iniciativas com ofertas baseadas em cloud públicas, com um crescimento adicional nos prestadores dominantes.
Mais do que uma guerra pelas infraestruturas, agora vamos ter uma verdadeira luta pelas aplicações?
Sim, no entanto, a batalha pela infraestruturas é longa e ainda irá durar, mas vai deixar de ser preponderante. A luta pelas aplicações está prestes a começar. O desafio estará relacionado com a disponibilidade e a respetiva evolução das aplicações nativas Cloud e os respetivos serviços associados.
O que distingue a vossa abordagem à cloud dos restantes players?
Nós acreditamos numa transição gradual para a cloud e, principalmente no que respeita às aplicações de gestão empresarial. E que a melhor forma para suportar este movimento, é a adoção da cloud de uma forma híbrida. Estamos focados em acompanhar os nossos clientes nesta transição, mas respeitando o seu ritmo sem forçar uma transição radical.