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ESPECIAL | Primavera: cloud permite reorganizar e agilizar processos

O tema governança é, hoje, a principal dúvida das empresas quando pensam a sua abordagem ao cloud computing? Que outras dúvidas assolam os vossos clientes?

O que se tem observado é que as barreiras que afastavam os clientes de uma adesão à cloud, como a segurança, têm-se dissipado e o tempo tem-se encarregado de mostrar que esse caminho é irreversível, tais são as vantagens.

Essas preocupações não desapareceram, simplesmente passaram a fazer parte dos critérios de seleção do provider. No caso das organizações de maior dimensão, com processos mais complexos, a menor capacidade de customização e integração com soluções on-premises é um dos fatores que pesa na altura de decidir por uma solução cloud. De uma forma geral, os aspetos relacionados com a qualidade do serviço (disponibilidade e fiabilidade) e portabilidade da informação também fazem parte do leque de preocupações.

Por exemplo, existem normas suficientes para suportar o movimento de dados de uma plataforma de cloud computing para outra?

Existem um conjunto de standards, a esmagadora maioria anteriores ao advento da cloud, que em determinados contextos (áreas aplicacionais) podem ajudar, mas não se pode dizer que a portabillidade dos dados está facilitada.
O que os providers cloud disponibilizam, de forma generalizada, são ferramentas para exportar os dados para formatos comuns (ex. ficheiros de texto). A sua portabilidade para outras clouds dependerá muito dos mecanismos que esta disponibilizar para os importar.

Mas não há dúvida que os temas relacionados com a interoperabilidade e portabilidade acabam por se constituir como inibidores de adoção de soluções cloud.

A IDC divulgou uma pesquisa na qual expressa que no primeiro trimestre do ano passado os investimentos globais em cloud eram cerca de 26%, enquanto que o mesmo número, quando se trata de investimentos na infraestrutura física, aumentaram 6,1%. Confirmam esta tendência?

Apesar de, numa perspetiva global, as soluções on-premises terem ainda um peso claramente superior no nosso negócio, existe já um número muito significativo de empresas que optaram pelo modelo SaaS, e que após constatarem as vantagens efetivas associadas a este modelo dificilmente equacionam o regresso ao modelo on-premises. As soluções SaaS são cada vez mais encaradas pelas empresas como uma alternativa efetiva para o aumento da sua competitividade. A utilização de modelos SaaS permite às empresas focarem-se inteiramente no seu negócio, com a garantia de que as soluções que necessitam estarão sempre disponíveis onde e quando necessitam, deixando de se preocuparem com um conjunto de questões como a infraestrutura tecnológica, atualização e instalação de versões, manutenção, entre outras. Fundamentalmente, as vantagens relacionadas com o menor investimento inicial, a garantia de um menor custo total de propriedade e a possibilidade de proporem aos seus clientes um conjunto de serviços diferenciados, só possíveis com este modelo, são fatores preponderantes nesta opção.

As consultoras advogam ainda que a adoção da nuvem em larga escala e a concorrência entre os fornecedores das tecnologias tem diminuído o custo da nuvem privada. Corroboram esta opinião?

Estudos que temos para as nossas soluções, elaborados pela analista de mercado IDC, apontam para uma redução do custo total de propriedade superior a 55% quando comparada uma solução em licenciamento on-premises com uma solução em regime de licenciamento SaaS. Com este modelo, além de uma redução dos custos, o acesso às aplicações é praticamente imediato, o cliente tem a possibilidade de evoluir as soluções contratadas à medida das suas necessidades, o cliente paga apenas por aquilo que utiliza e o cliente tem a garantia de trabalhar sempre com as últimas versões do software disponível, a partir de qualquer lugar e sempre que necessário. As características associadas a este modelo potenciam uma maior agilidade e eficiência em todos os processos empresariais.

O que tem vindo a mudar, em Portugal, na adoção do cloud computing por parte das empresas?

Para uma grande maioria das empresas, ainda estamos a falar de uma nova realidade, sendo natural que exista um período de assimilação e adaptação a estes novos conceitos. Em muitos casos, a opção generalizada pela introdução da cloud numa organização poderá ser uma decisão estratégica que implicará um foco essencial nas suas atividades fundamentais, deixando de ter preocupações com atividades acessórias. Na realidade, com a cloud, dentro de uma organização, as TI serão mais uma commodity como a água e a luz. A cloud representa assim uma excelente oportunidade para as empresas reorganizarem e agilizarem os seus processos, o que em alguns casos poderá não estar a acontecer e poderá limitar o impacto positivo que a Cloud poderá ter para uma organização. As empresas estão, aos poucos, a assimilar e interpretar a Transformação Digital e a perceber o papel da cloud, que é central.

Mais do que uma guerra pelas infraestruturas, agora vamos ter uma verdadeira luta pelas aplicações?

Na cloud, no caso dos providers de software-as-a-service, essas componentes não são “separaveis”. O serviço cloud inclui toda a stack tecnologica (infraestruturas, plataformas tecnológicas e aplicações) e respetiva gestão da infraestrutura.

O que distingue a vossa abordagem à cloud dos restantes players?

A Primavera nasceu numa outra era tecnológica e dispõe de soluções abrangentes e muito competitivas, com elevados níveis de maturidade, assentes numa arquitetura cliente/servidor. Para tirar todo o partida da cloud, a Primavera está a desenvolver uma nova família de soluções, assentes em arquiteturas e tecnologias state-of-the-art que, a médio prazo, substituirá a atual oferta. O que nos distingue é a interpretação que fizemos da cloud e do caminho que desenhamos para levar esta mol de clientes para a cloud. De forma muito resumida, conectamos todos os sistemas on-premise à cloud Primavera e criamos uma comunidade de utilizadores aos quais entregamos soluções cloud (algumas de mobilidade) inter-conectadas com os sistemas on-premises. Esta abordagem permitiu que todos os clientes pudessem tirar partida dos novos serviços cloud sem que isso significasse abandonar os sistemas existentes. Trata-se de um modelo híbrido que terá ainda vários anos de vida. Adicionalmente, temos uma oferta equivalente em SaaS que possibilita, a qualquer cliente, prescindir das suas infra-estruturas e usar o mesmo software a partir da cloud, suportado em tecnologias de virtualização.

Que percentagem do vosso negócio é já conquistado através deste modelo?

Em 2015 assistimos a um crescimento de 48% do negócio na cloud, que ultrapassou já as mil empresas a utilizarem o software como um serviço.

Susana Marvão

Jornalista especializada em TIC desde 2000, é fã incondicional de todo o tipo de super-heróis e da saga Star Wars. É apaixonada pelo impacto que as tecnologias têm nas empresas.

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