O tema governança é, hoje, a principal dúvida das empresas quando pensam a sua abordagem ao cloud computing? Que outras dúvidas assolam os vossos clientes?
A Governance é uma das áreas em que as empresas nos colocam questões no que ao Cloud Computing diz respeito. Para além desta temática, existem duas áreas relevantes que geram dúvidas aos clientes. Uma primeira relacionada com a qualidade do serviço dos operadores de Cloud Computing e uma outra relacionada com as questões de segurança associadas às soluções existentes no mercado. Em qualquer dos temas o nível de maturidade é crescente e, muitas das vezes, bem superior àquele a que os clientes estão habituados com os tradicionais prestadores de serviços de Data Center, pelo que se torna cada vez mais natural a evolução para soluções de Cloud Computing.
Por exemplo, existem normas suficientes para suportar o movimento de dados de uma plataforma de cloud computing para outra?
Tem existido uma preocupação crescente com os normativos aplicados à utilização da Cloud, nomeadamente ao nível da comissão europeia. São disso exemplo as “UE Model Clauses”, que garantem que os dados pessoais serão transferidos e processados em conformidade com a lei de proteção de dados da União Europeia, nomeadamente através da diretiva 95/46/EC da União Europeia relativa à proteção de dados. Já em meados de Abril deste ano, foi aprovada pelo Parlamento Europeu a General Data Protection Regulation (GDPR), que terá de ser adotada pela legislação dos diversos países da UE no prazo de dois anos. Esta regulamentação imporá regras mais exigentes no que diz respeito quer à migração de dados entre Cloud Service Providers, quer em relação a questões como o “direito ao esquecimento” na Internet, temas que despertam hoje atenção crescente por parte de empresas e internautas em geral.
A IDC (International Data Corporation) divulgou uma pesquisa na qual expressa que no primeiro trimestre do ano passado os investimentos globais em cloud eram cerca de 26%, enquanto que o mesmo número, quando se trata de investimentos na infraestrutura física, aumentaram 6,1%. Confirmam esta tendência?
Confirma-se uma tendência crescente de investimento em cloud quer por parte de clientes que, tendo já adotado cloud, reforçam hoje os investimentos anteriormente efetuados, quer por parte de clientes que, apercebendo-se das vantagens crescentes do Cloud Computing começam a adotar a cloud para disponibilizar soluções críticas de suporte aos seus negócios.
As consultoras advogam ainda que a adoção da nuvem em larga escala e a concorrência entre os fornecedores das tecnologias tem diminuído o custo da nuvem privada. Corroboram esta opinião?
Sim, a adoção crescente de soluções de Cloud Computing por parte das empresas, o desenvolvimento crescente do ecossistema de Cloud Solution Providers e a brutal evolução das soluções e serviços disponibilizados tem permitido a existência de um número crescente de soluções alternativas e a consequente diminuição dos custos inerentes à adoção de soluções de Private Cloud.
O que tem vindo a mudar, em Portugal, na adoção do cloud computing por parte das empresas?
É cada vez maior o número de clientes que suporta as suas soluções críticas de suporte ao negócio em ambientes de Cloud Computing, permitindo que estas sirvam as suas operações à escala global, com maior agilidade, elasticidade, escalabilidade e flexibilidade e com menor custo e time-to-market. Uma curiosidade interessante é o facto de estas vantagens existirem independentemente da dimensão da empresa e da escala a que a mesma opera em termos globais, com pequenas PME a operarem em modelo cloud e grandes grupos empresarias a venderem milhões de euros online suportados em plataformas 100% nuvem. A cloud representa também a democratização no acesso a tecnologia de ponta.
2016 vai ditar a “morte” das nuvens públicas empresariais?
A única certeza que podemos ter é que 2016 será mais um ano de forte e acelerada mudança dos clientes no sentido do Cloud Computing quer no que diz respeito à adoção de novas soluções de colaboração e produtividade empresarial quer no que diz respeito à utilização da Cloud para suportar as soluções críticas de suporte ao negócio das organizações. Diria que 2016, mais do que ser o ano da “morte” de algo, será antes e mais uma vez o ano do “nascimento” de muita coisa novas no que à cloud diz respeito.
Mais do que uma guerra pelas infraestruturas, agora vamos ter uma verdadeira luta pelas aplicações?
Estamos efetivamente em crer que o foco dos clientes será cada vez mais no valor que as soluções aportam ao negócio, quer por via do crescimento do negócio, quer por via da otimização de custos desse mesmo negócio, pelo que as soluções aplicacionais ganharão uma relevância crescente no contexto da cloud.
O que distingue a vossa abordagem à cloud dos restantes players?
O foco da Create It está na capitalização das vantagens da Cloud no que à conceção e implementação de soluções críticas de suporte ao negócio e soluções de produtividade diz respeito. O nosso foco é criar soluções globais que capitalizam as diferentes componentes tecnológicas hoje disponíveis na Cloud, integrando-as no ecossistema aplicacional do cliente seja em cenários puros de Cloud, seja em cenários híbridos. Somos, pois, um System Integrator que suporta a transformação digital das organizações através da Cloud.
Que percentagem do vosso negócio é já conquistado através deste modelo?
A generalidade dos novos projetos da Create It possuem uma preponderância na utilização da cloud. Dada a complexidade das soluções e dos ecossistemas em que a Create It atua, muitas das soluções são disponibilizadas em cenários híbridos. Este cenário permite a capitalização dos investimentos anteriormente efetuados em infraestruturas físicas e aplicacionais, conjugando-os com as vantagens e serviços disponíveis no contexto dos Providers de Cloud Computing.
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