ENTREVISTA DA SEMANA | Atividade das faturas eletrónicas está madura
O mercado que contempla a atividade EDI/Fatura Eletrónica está bastante maduro, tendo em vista o número de empresas utilizadoras. Cerca de vários milhares, diz Marc Defretin, gestor do negócio nacional da francesa Generix. Mesmo assim, diz este executivo, esta utilização não representa mais de 5% do total de faturas emitidas em Portugal. Há, por isso, um vasto mercado a explorar.
Este ano contemplam duas décadas no mercado nacional. Que balanço fazem do mercado e da empresa?
Marc Defretin (MD) – O balanço é muito positivo. Por um lado, contribuímos para a massificação e adoção do EDI e da Fatura Eletrónica por um conjunto cada vez maior de empresas e tornamo-nos um dos lideres nacionais e europeus desta área. Por outro lado, e mais recentemente em Portugal, divulgamos as nossas soluções para a otimização da Supply Chain e conseguimos atrair um conjunto significativo de novos clientes, num mercado no qual a procura destas soluções é cada vez maior. Vendemos atualmente a solução de gestão de armazém (WMS) mais utilizada, tanto em Portugal como na Europa, pelos principais retalhistas e operadores logísticos.
O que é que 2016 trouxe de novo face a 2015 se estivermos a falar do mercado?
MD – Verificámos em 2016 um aumento da procura de soluções de faturação eletrónica e uma evolução na adoção cada vez mais frequente de soluções em modo SaaS (Software as a Service). No caso das soluções de faturação eletrónica, o modelo SaaS é atualmente o único modelo solicitado e vendido aos nossos clientes. Por outro lado, as empresas procuram soluções que permitam eliminar totalmente os documentos em papel, mesmo se estes continuam a ser os documentos recebidos na maior proporção dos fornecedores. No caso das soluções dedicadas à Supply Chain, Gestão de Armazéns (WMS) ou Transportes (TMS), cada vez mais empresas são atraídas pelo modelo SaaS, o qual não carece de investimento inicial em software e hardware e apenas é pago em função do nível de utilização.
De toda a vossa oferta, qual a área que mais contribui para o volume de negócio?
MD – Atualmente, o EDI e a Fatura Eletrónica são as áreas que mais contribuem para o nosso volume de negócios e são exatamente as áreas com as quais iniciamos a nossa atividade em Portugal. Temos mais de 500 clientes nesta área, o que corresponde a cerca de 90% do nosso volume de negócios.
De alguma forma esta realidade é diferente das restantes casas europeias?
MD – A Generix Group de hoje é o resultado da fusão de duas empresas: Influe e Infolog. A Influe com as soluções de EDI e Fatura Eletrónica e a Infolog com as soluções de gestão da Supply Chain.
As diferenças existentes variam na dimensão de país para país e têm essencialmente a ver com o histórico de atividade de cada país. Em Portugal, a atividade principal teve origem na área de EDI e Fatura Eletrónica. Em Espanha ou no Brasil, por exemplo, a atividade principal teve origem na área de Supply Chain.
Qual o cliente-tipo da Generix em Portugal? Também esta tendência está alinhada com as restantes sucursais?
MD – Não temos um cliente-tipo na Generix em Portugal. Nem pela dimensão, nem pela atividade. Temos clientes que são grandes empresas, como por exemplo a Auchan, a Galp, a Jerónimo Martins ou a Nestlé, e temos clientes PME, com todas as dimensões e de diversos setores. O que temos em comum em todos os países onde a Generix opera, são três setores de atividade nos quais temos mais clientes: Retalhistas, Operadores Logísticos e Produtores/Fornecedores de produtos de grande consumo.
Em que fase estamos do mercado? Ainda se nota alguma tendência para o adiamento da decisão do investimento ou já não é possível adiar mais?
MD – Na atividade EDI/Fatura Eletrónica, podemos considerar que o mercado está bastante maduro, tendo em vista o número de empresas utilizadoras, cerca de vários milhares. Mesmo assim, esta utilização não representa mais de 5% do total de faturas emitidas em Portugal (mais de 5000 milhões de faturas por ano segundo o e-fatura), pelo que o mercado ainda tem espaço para crescer. Na atividade Supply Chain, registamos duas tendências: as empresas com maior atividade logística, que já tem uma solução de tipo WMS ou TMS há alguns anos e estão a realizar ou preparar a sua renovação, e por outro lado, as PMEs que não estão equipadas e gerem a sua logística com quadros Excel, procuram estas soluções integradas, mais eficientes e sobretudo geradoras de benefícios e redução de custos substanciais.
Qual a vossa visão sobre a transformação digital nas empresas e de que forma pretendem contribuir para a sua efetivação?
MD – A principal transformação digital a realizar nas empresas é a do comércio. A Generix ajuda os seus clientes a superar os novos desafios do comércio digital: melhorar a experiência de compra, construir uma supply chain digital e facilitar a troca eletrónica de dados. A nossa missão é otimizar o rendimento global das empresas e satisfazer as novas expectativas dos clientes.
Qual a faturação de 2015 e quais as expectativas para 2016?
MD – A nossa faturação em 2015 superou os 2,5 milhões de euros e a nossa expetativa para 2016 é que nos aproximemos dos três milhões.
Quais os grandes objetivos para 2017 em termos financeiros?
MD – O grande objetivo para 2017 será sem dúvida ultrapassar o valor de faturação de três milhões de euros.
E em termos de oferta, o que podemos esperar da vossa empresa no próximo ano?
MD – Queremos continuar a apoiar as empresas no processo de transformação digital, munindo-as de ferramentas que permitam a colaboração direta e eficiente com todos os seus parceiros de negócio. Para 2017 podem esperar soluções tecnológicas de alta performance e multifunção para gestão de fluxos de informação cada vez maiores e diversificados e ferramentas de monitorização e otimização do próprio desempenho. Todas estas soluções estarão disponíveis em regime Software as a Service (SaaS) em alternativa ao modelo de Licenciamento.
No final, porque há de uma empresa escolher a Generix para sua parceira?
MD – O principal objetivo da Generix Group é a construção e manutenção da confiança dos clientes. Para nós, a confiança assume extrema importância e é a base de reflexão no desenvolvimento das nossas soluções tecnológicas e gestão da relação com todos os parceiros de negócio.
Ao longo de 20 anos, esta confiança gerou produtividade, vendas, referências e a fidelização dos nossos clientes. Ao escolher a Generix Group como empresa parceira, as empresas constroem fortes relações de confiança e parceria, enquanto vêm as suas necessidades e exigências correspondidas por uma equipa de especialistas altamente dedicada, especializada e colaborativa.