ENTREVISTA DA SEMANA | Ativar contribui para sucesso de 1000 startups portuguesas
Jason Nadal, além de responsável pela área de desenvolvimento e empreendedorismo (DX) na Microsoft Portugal, é a figura principal do projeto Ativar Portugal. Veio de Seattle para abraçar este desafio e faz um balanço positivo do trabalho desenvolvido até agora. Nesta 3ª Edição da iniciativa, o executivo elogia o ambiente empreendedor que se faz sentir e revela-nos o talento português.
B!t – O que o moveu a mudar-se para Portugal?
Jason Nadal (JN) – Sinto uma energia muito positiva, tanto em Lisboa como no Porto, parece que todos querem contribuir para esta causa, tanto as VC’s (venture Capital), como os jornalistas, aceleradoras e até mesmo membros do governo. Há uma preocupação geral com o empreendedorismo português e em garantir que as startups criam o produto certo, assegurando o seu crescimento, em Portugal. Esta foi a razão principal pela qual me mudei para cá, com a minha família, já estou a viver em Lisboa há um ano, e é simplesmente incrível fazer parte desta realidade.
B!t -Qual o trabalho desenvolvido pela Ativar, até agora?
JN – Quando pensamos em Microsoft, pensamos na Ativar. Realmente não pensamos na Microsoft, pensamos no próprio ecossistema do empreendedorismo português. Existem inúmeras formas para a Microsoft contribuir para o desenvolvimento deste programa e ajudar o ecossistema. Através de empowers, country managers, key-note address e muito outros recursos, a Microsoft garante um investimento a longo prazo. Ao contrário de outras empresas que injetam capital e depois abandonam a empresa, a Microsoft tem como objetivo criar um relacionamento estável, de uma perspectiva mais técnica e de negócio, disponibilizando ferramentas e plataformas que ajudam as startups a crescer.
B!t – De que forma a Ativar impulsiona o networking?
JN – A Ativar contribui para a construção de boas relações, entre os capitais de risco, aceleradoras e startups. Estes contactos são muito importantes para o início, pois ajudam a divulgar o negócio, e a criar parcerias. O que diferencia este programa, no mundo das startups, é que a Microsoft tem uma vasta rede de clientes e empresas que podem ser apresentados, aumentando o leque de contactos. Por exemplo, depois da Conferência Ativar, ocorreram mais de 200 reuniões entre empresas e startups, o que é raro. Estamos muito felizes por poder contribuir para essa ponte de ligação.
B!t – Quais os resultados obtidos até agora?
JN – A Ativar é muito mais que a Microsoft, é um esforço da comunidade, é um contributo fundamental para o ecossistema. Até agora, apoiamos mais de 2500 empresas, com o programa Bizspark. Este ano, foi o mais ativo da nossa história. Nestes dois anos, contribuímos para o sucesso de mais de 1000 empresas e continuamos a crescer, mês após mês. Há uma grande vantagem em introduzir startups nas aceleradoras de outros locais do mundo, tais como Paris, Berlim, Tel Aviv, Londres, etc. O trabalho desenvolvido permitiu que a Microsoft levasse 3 startups portuguesas para estas aceleradoras. Para dar uma ideia, uma aceleradora precisa de cerca de 5 milhões de dólares de financiamento e deverá ter como receita, pelo menos, 2 milhões de dólares. Estas startups são mais avançadas, e por isso, a perspectiva é bastante alta. São um bom exemplo de sucesso.
B!t – E o balanço destas duas edições?
JN – Há cada vez mais startups que aproveitam esta oportunidade, utilizam as nossas ferramentas e tecnologias gratuitas. Temos uma boa relação com as potenciais startups que utilizam a nossa Cloud, ajudamos a crescer, a testar e a serem capazes de gerir o negócio. Contribuímos também com workshops técnicos e empresariais nas aceleradoras internacionais. A equação deve ser equilibrada, entre a tecnologia e o negócio, para que a startup seja bem sucedida.
B!t – De que forma é que a Bit Tech contribui para o sucesso das startups?
JN- O nosso foco agora é a Dip Tech. No mês passado, por exemplo, criamos uma plataforma de conversações. As nossas ferramentas e produtos facilitam os empreendedores ou startups a realizar a ideia chave. Apenas numa semana, sentámo-nos a escrever código e a equipa conseguiu criar o produto. Implementaram-no e lançaram-no no mercado, em tempo recorde. Estas práticas são cada vez mais comuns. Estão cerca de 40 startups no showroom e mais de um terço estão a implementar ou têm o Core do seu produto em torno das Dip Tech EA. Continuamos a trabalhar com a Source Continuous e com a Cloud, temos também acesso às sources de hardware e software, uma combinação perfeita para ajudar nos projetos.
B!t – Quais os projetos para o futuro?
JN- As empresas já começaram a contratar e a reter pessoas localmente, contudo, os produtos são comercializados por todo o mundo e essa é uma grande responsabilidade. Com o Web Summit, a decorrer em Portugal, há uma maior responsabilidade em aumentar o número de startups e a melhorar a sua qualidade, gerando emprego. A qualidade e crescimento são dois objetivos que se alcançam com muito trabalho. Algumas das startups, que estão aqui representadas no showroom, começaram há 2 anos com o apoio da Ativar. Estas empresas têm a função e a responsabilidade de se manterem, evoluirem e continuarem a desenvolver um trabalho de qualidade.