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Ensaio: ZTE Axon Mini, boa relação qualidade-preço

O ZTE Axon Mini que testámos era dourado, o que confesso não é das minha cores favoritas, mas esse facto não alterou a minha primeira impressão que foi que o smartphone era um equipamento robusto. Com um design atual, da responsabilidade da empresa Teague que também desenhou o Boeing 787 Dreamliner, o Axon Mini apresenta uma espécie de rendilhado constituído por pequenos triângulos no topo e no fundo que lhe dá um aspecto de equipamento de luxo. Tem ainda mais uma singular conexão com a aviação, o chassi é construído numa liga de titânio e alumínio usada no fabrico de aviões, que não só transmite robustez como lhe confere, também, um aspeto premium.  No entanto, a parte traseira é feita de plástico e num material a fingir cabedal que são pintados na mesma cor metálica da parte dianteira. Este é um dos aspectos negativos do telemóvel.

Apesar do nome, o ZTE possui um ecrã de 5,2 polegadas não sendo assim tão pequeno e é redondo nas extremidades laterais fazendo lembrar vagamente o Samsung Galaxy S6 e S7 edge. De referir ainda que o ecrã é Full HD, Super AMOLED de 2,5 dimensões sensível à pressão do toque. O display é sem dúvida um dos pontos altos deste equipamento com cores brilhantes, boa visão em qualquer ângulo e bons contrastes. A seu favor, o Axon Mini tem também o peso pois é leve com apenas 140g e bastante fino.

Equipado com o Qualcomm Snapdragon 616, um processador octa-core a trabalhar a 1.5 GHz, 3GB de memória RAM e 32GB de ROM que é facilmente aumentada para 128GB via cartão microSD, este smartphone  demonstrou uma performance bastante satisfatória, a qual falaremos mais à frente.

Uma das características diferenciadoras do equipamento é o som que inclui o chip AK4961 e codec 32bits DAC. A qualidade não é a mesmo do LG V10 mas quando usamos uns headphones profissionais, a nitidez do som é melhor que a generalidade dos outros telemóveis. Verdade seja dita que, com os auscultadores fornecidos pela ZTE, a qualidade não se nota por aí além mas o facto é que ela existe. O microfone dual é, igualmente, um ponto positivo, muito por culpa do já referido AK4961.

O ZTE tem uma câmara traseira de 13MP e uma frontal de 8MP que surpreenderam pela qualidade. A câmara traseira tira boas fotografias e, sem ser espetacular, serve bem para o dia-a-dia. Oferece modo manual, HDR, panorama, Beauty e uma focagem bastante rápida sendo esta uma das suas melhores características.

A nível de bateria, não fiquei plenamente satisfeita com a bateria de 2800 mAh, estava à espera de maior duração mas quando se configura o brilho do ecrã, a experiência é bem mais satisfatória. A minha utilização em testes é bastante intensiva e isso faz com a que a bateria nunca me dure um dia, tenho a certeza que um uso mais “normal” deverá fazer com que o ZTE tenha um consumo mais racional e uma autonomia bem diferente.

Três opções que usualmente não encontramos em smartphones que rondam os 300 euros mas estão disponíveis no ZTE Axon Mini são o leitor de impressões digitais, o leitor de retina e o Force Touch (ecrã sensível à pressão do toque).

O leitor de impressões digitais funciona de forma mediana, umas vezes reconhece bem, outras nem por isso. É também um pouco lento e dá ideia que o sensor necessita de ser melhorado mas não causa má impressão se nos lembrarmos que, ao início, até a Apple teve dificuldades com este tipo de funcionalidade.

O que desiludiu foi o leitor de retina, muito sinceramente nem o consegui colocar a funcionar corretamente. Assim, o que podia ser um elemento diferenciador transformou-se numa irritação.

O Force Touch é das três características diferenciadoras, aquela que melhor funciona. Foi preciso um pouco de tempo para me habituar mas quando o fiz, não tive problemas. Esta opção permite não só utilizar algumas funcionalidades das aplicações proprietárias da ZTE, por exemplo na galeria de imagem pressionar com força para a direita ou esquerda, permite ver as fotos que estão para trás e para a frente, como definir aquilo a que marca designa por 3D Password, em que o código PIN pode ter em consideração a pressão com que carregamos nos dígitos. Esta é uma funcionalidade extra de segurança  que usei sem dificuldades porque apenas tem dois modos, com mais força ou menos força, mas não deixa de ser um elemento interessante.

O ZTE tem um desempenho bem aceitável com o telefone a responder rápido quando se usa  aplicações, isto muito por causa dos seus 3 GB de RAM, e com um bom comportamento em jogos. Graficamente é muito aceitável e o processador aguenta bem os jogos que testei, nomeadamente o Plants vs Zombies 2 e o Angry Birds Go. A nível de navegação na internet, o Axon Mini é satisfatório e carrega bem a páginas sem demoras exageradas.

A versão do Android é a 5.1 Lollipop mas está bastante modificada pela ZTE, com interface MiFavor que pode ser personalizada pelo utilizador a nível de cores e menus, com muitas opções de ícones disponíveis. A skin que vem por default tem tons dourados a combinar com o exterior do telefone.

Resumindo, o ZTE Axon Mini Premium é um telemóvel que cumpre em quase todos parâmetros e que tem uma boa relação qualidade – preço pois possui várias características que estão reservadas a equipamentos bem mais caros. Quem não tiver ou quiser gastar 500 euros num telemóvel, tem esta opção bem mais barata, a rondar os 300 euros, e não ficará mal servido. Para além disso, este modelo vem demonstrar  que a ZTE é capaz de fazer bons equipamentos e que tem uma palavra a dizer nos segmentos intermédios.

 

Mafalda Freire

Colaboradora da B!T, escreve sobre TI e faz ensaios. Esteve ligada à área de e-commerce durante vários anos e é fã de tecnologia, do Star Wars e de automóveis.

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