As mudanças propostas pela Google aos seus serviços, com as quais a multinacional pretende acabar com uma investigação da Comissão Europeia sobre práticas concorrenciais, foram criticadas por empresas rivais e grupos de consumidores.
A FairSearch tem encabeçado as queixas sobre a forma como a Google apresenta os resultados de pesquisa e direciona os utilizadores para os seus serviços especializados, tais como mapas e pesquisa de imagens. No entanto, durante o mês de novembro, diversas organizações de consumidores e grupos representantes de empresas manifestaram-se contra as alterações que a empresa de serviços online e software se propôs a fazer.
O comissário europeu da concorrência fez uma consulta ao mercado e os comentários negativos começaram a surgir. Joaquín Almúnia afirmou no passado mês de outubro a sua intenção de chegar a um acordo com a multinacional americana, para acabar com o processo que dura há mais de três anos. Almúnia explicou que a Comissão Europeia pretende chegar a um acordo já na primavera do próximo ano e que, caso o processo avance, poderá também implicar uma multa à Google.
O regulador europeu identificou quatro práticas da Google que suscitaram preocupações de concorrência. Duas dessas práticas dizem respeito à pesquisa online e as outras duas são relativas a publicidade.
A Comissão analisou a utilização não autorizada de material de outros sites e o tratamento favorável dado pela Google aos seus próprios serviços. A empresa também impede, por via contratual, alguns dos sites que exibem os seus anúncios de aceitar publicidade de outras empresas e impede os anunciantes que usam a sua plataforma publicitária de transferir campanhas para plataformas rivais.
De modo a solucionar estes problemas, a Google disponibilizou-se a fazer várias alterações aos seus serviços, tais como destacar as ligações para serviços rivais nas páginas de resultados. Na proposta do Google, várias empresas vão poder participar num sistema de leilão para serem colocadas num retângulo destacado nas páginas de resultados.
“A nova proposta é mais apropriada para a necessidade de qualquer compromisso ser capaz de cobrir desenvolvimentos futuros”, afirma Almúnia numa audiência no Parlamento Europeu. Se as medidas forem aceites vão vigorar até 2019.
A pesquisa do Google tem uma quota de mercado na União Europeia em torno dos 90 por cento, superior aos 67 por cento que possui nos Estados Unidos.
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