Os prejuízos dos quatro maiores bancos dispararam 65 por cento até ao mês de setembro. Só o BPI conseguiu obter um resultado positivo no final do terceiro trimestre.
O BCP foi o que apresentou maior prejuízo, com um valor a rondar os 579 milhões de euros. O BES é o segundo banco com prejuízo mais elevado, registando um resultado líquido negativo de 381 milhões de euros.
Já a Caixa Geral de Depósitos, aumentou o seu prejuízo de 130 milhões de euros, no mesmo período do ano passado, para 278 milhões até setembro de 2013.
Os 72,2 milhões de euros lucrados pelo BPI no final do terceiro trimestre deste ano, ainda assim, constituem um recuo significativo face aos 117 milhões registados no mesmo período de 2012.
Entre os meses de janeiro e setembro deste ano, o valor global para os quatro bancos era de 5179 milhões de euros, representando um recuo de 23 por cento face ao mesmo período do ano passado.
O produto bancário da Caixa Geral de Depósitos registou um recuo de cerca de 600 milhões de euros face a 2012, o que significa que este foi o banco mais afetado. Também os negócios globais do BES e o Millennium BCP recuaram em cerca de 400 milhões de euros.
Este cenário vem a confirmar a ideia de que o atual ano poderá ser um mau ano para as finanças portuguesas. Os resultados do balanço são pouco animadores e só o BPI ficou com lucros positivos.
O BCP, apesar de ter registado menos prejuízos do que no ano passado, regista ainda perdas no valor de 597 milhões de euros. Já os prejuízos da CGD foram mais elevados este ano, registando 277,8 milhões de euros perdidos, mais 145 milhões do em 2012. E o BES perdeu cerca de 381 milhões de euros.
O agravamento da margem financeira, o elevado custo das provisões e imparidades e o aumento dos encargos com o Estado são as justificações dadas pelos bancos para os seus prejuízos.
O líder do BCP, Nuno Amado, referiu ontem que este cenário reflete o arrefecimento económico, traduzindo-se num aumento do crédito malparado, na desvalorização dos ativos imobiliários e em maiores necessidades de aprovisionamento para a banca.
Os banqueiros já admitiram que esta situação deverá manter-se em 2014. Este ano, a contração da economia portuguesa será de 1,6 por cento.
O Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, defendeu no último Congresso da Ordem dos Economistas, realizado em outubro, que o “grande desafio da economia portuguesa é responder ao desemprego, dado que a retoma económica absorve o desemprego cíclico, mas não o desemprego estrutural”.
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