A IT People, empresa portuguesa que presta serviços nas áreas de desenvolvimento aplicacional, bases de dados e integração de tecnologias, está a avançar fortemente para o mercado brasileiro. Para já no Rio Grande do Sul, mas também em São Paulo e Rio de Janeiro. A B!T entrevistou Eduardo Vieitas, CEO da IT People.
B!T – Estão muito focados na internacionalização, nomeadamente no Brasil. Neste momento, que tipo de presença têm naquele país? Ainda estão na fase de participação em feiras e prospeção de mercado para encontrar os paceiros ideias ou já há algum tipo de negócio mais específico?
Eduardo Vieitas – A IT People continua a participar em vários eventos no Brasil. Já identificamos um parceiro para Rio Grande do Sul, que preenche todos os requisitos que achamos serem os necessários para trabalharem connosco. Temos também em vista outros parceiros, nomeadamente para São Paulo e Rio de Janeiro, mas estamos ainda à procura de mais parceiros nestas áreas específicas. Temos também em perspetiva vários negócios, mas por motivos contratuais, não podemos revelar. Resumindo, tem sido uma excelente aventura, na qual temos investido bastante, e para a qual esperamos colher agora os frutos
B!T – Mas estamos a falar de que tipo de negócio?
EV – Como referimos acima, não podemos revelar por motivos contratuais. Podemos dizer, no entanto, que estão relacionados com a nossa área de atuação mobile, de realidade aumentada e de inovação.
B!T – O que mais privilegiam num parceiro?
EV – Procuramos empresas que atuem na área digital. Alguém que consiga olhar para as nossas soluções e utilizá-las para se valorizar no mercado brasileiro. Não estamos à procura de um simples integrador. Queremos sim alguém que sinta que a IT People vai trazer mais-valias às soluções que já têm, pois apenas assim esta parceria tem sentido.
B!T – – O que tem sido mais difícil nesta aventura em terreno brasileiro?
EV – A identificação do parceiro certo é o fator que está a ser mais difícil. Queremos trabalhar com empresas que olhem para nós como um valor acrescentado, como referimos acima, e que tenham vontade de fazer algo de inovador. Temos registado uma grande boa vontade por parte dos parceiros, mas rapidamente essa vontade parece desaparecer por falta de dedicação e investimento. É uma luta que tem sido dura, mas que aparentemente está a dar os seus frutos. Preferimos levar o nosso tempo a escolher o parceiro, mas escolhê-lo bem.
B!T – Quais os objetivos em concreto para o mercado sul-americano e mais especificamente para o Brasil?
EV – O mercado brasileiro, devido sobretudo à sua dimensão, é muito interessante para nós. É um mercado muito criativo e recetivo à inovação e ao nosso tipo de soluções. O nosso objetivo numa fase inicial é fazer joint-ventures com empresas brasileiras, e fazer depois uma análise num período máximo de três anos para verificar a importância do negócio e do mercado. Se tudo correr de acordo com o planeado, pensamos ter, dentro de três anos, uma presença física da IT People no mercado brasileiro.
B!T – Na Europa, neste momento, apenas estão presentes em Portugal?
EV – Na Europa, possuímos negócios já com Espanha, e estamos a acompanhar negócios na Dinamarca e na Suíça. São estes os três mercados que temos como enfoque no momento. Mas temos também contactos com outros mercados.
B!T – Esta é vossa primeira real experiência de internacionalização?
EV – Sim, Brasil é a experiência de internacionalização mais forte que temos de momento. No entanto, como apontámos acima, também estamos com os olhos postos noutros mercados europeus. Também temos negócios com Angola, para onde já desenvolvemos soluções.
B!T – O que acreditam trazer de novo ao mercado? Quais as vossas mais-valias? O que vos distingue da restante concorrência?
EV – Claramente o fator inovação. Toda a vertente de inovação que temos trazido através das nossas soluções para o negócio do cliente tem feito com que o mercado olhe para as suas marcas de uma forma diferente e mais interativa. Outros dos pontos que nos diferenciam da nossa concorrência é o facto de os nossos clientes conseguirem analisar analiticamente os resultados da sua campanha, sabendo dados importantes como o número de vezes que foi vista cada imagem ou mensagem, quando, onde e a que horas foi vista, e através de cada dispositivo, entre outros indicadores. Estes são fatores cruciais na hora de avaliar uma campanha e de planear outras ações.
B!T – Até agora, em 2014, que área mais tem contribuído para o vosso volume de negócios?
EV – Foi claramente a área mobile. Tem sido a que tem crescido mais este ano, sendo também aquela que nos oferece uma maior visibilidade.
B!T – Quais as vossas expectativas até ao final do ano e como acreditam ir ser 2015? As empresas já voltaram a investir em TI ou ainda assistimos a um sistemático adiar desse investimento?
EV – Temos sentido uma retoma no negócio e no investimento em Portugal. Perspetivamos que o ultimo trimestre do ano seja muito bom a nível de resultados, pois temos vários projetos fechados, os quais vamos ter de desenvolver até o fim do ano. Temos também outros pedidos de mercados externos, do mercado europeu, o que vai tornar o nosso último trimestre do ano e o arranque de 2015 muito interessante.
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