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Dia da Internet Segura: aprenda a detectar notícias falsas

Segundo Thiago Marques, analista de segurança da Kaspersky Lab, os cibercriminosos aproveitam-se de notícias de grande interesse para oferecer suposto acesso a detalhes que não estão disponíveis por fontes oficiais e, assim, viralizar campanhas e programas maliciosos com a intenção de infectar o maior número de vítimas possível, através de notícias falsas.

“Notícias com imagens polêmicas, especialmente em redes sociais, são frequentemente utilizadas por cibercriminosos como isca que levam a sites falsos, como também para espalhar malware ou software indesejado”, alerta Thiago Marques.

Por exemplo, a morte de Bin Laden, o desaparecimento de voo MH370 da Malaysian Airlines, o nascimento do bebê real e a morte do Chaves foram eventos usados como isco por cibercriminosos para criar notícias falsas e espalhar, nas redes sociais, campanhas maliciosas como spam e fraudes online.

Segundo Thiago Marques, ao clicar em links de notícias falsas, o utilizador pode ser redirecionado para uma página onde supostamente poderá ver o vídeo, imagem ou informação. Porém, antes de aceder ao site, ele pode exigir que o utilizador partilhe uma mensagem nas redes sociais e instale um plug-in. O software faz download de um programa indesejado, geralmente classificado como Adware, que interrompe a experiência online do utilizador, exibe automaticamente anúncios enquanto você trabalha no seu browser, a fim de gerar lucro aos seus autores. Além disso, outras campanhas podem espalhar spam e até mesmo baixar outros malware, tais como Trojans bancários que roubam as senhas para serviços bancários online e, portanto, o dinheiro de suas vítimas.

Outras notícias falsas são geradas e propagadas com o objetivo de gerar pânico entre os cidadãos. No Brasil, existe uma agravante relacionada com os sites que divulgam notícias falsas: eles costumam também publicar relatos verdadeiros entre conteúdo falsos, copiados de fontes confiáveis. Recentemente, um boato de que um ciclone de proporções catastróficas atingiria o litoral do Rio de Janeiro foi compartilhado em redes sociais e em grupos do WhatsApp. Essa notícia falsa surgiu por que a Marinha alertou sobre um ciclone que poderia se formar no oceano na altura do estado de Santa Catarina, no Sul do país. Com isso, o Centro de Operações Rio (COR) teve que emitir um comunicado oficial desmentindo o rumor. Além dele, a empresa de serviços meteorológicos Climatempo ajudou a desmentir o boato.

“A maioria dos usuários acredita tudo o que vê ou lê na internet, sem se preocupar em verificar a autenticidade da notícia”, comenta Marques. “Com isso, a internet e redes sociais tornaram-se o local perfeito para a criação e expansão de conteúdo falso e enganoso, graças a rápida capacidade de partilha. Isso pode ser muito perigoso, pois pode colocar a segurança das pessoas em risco. É por isso que a publicação de notícias falsas está a causar uma preocupação mundial”, completa o especialista.

A proliferação de notícias falsas tem tomado proporções tão grandes que diversas redes sociais tomaram medidas para conter a viralização, tais como a criação de um sinal de alerta para notícias que são consideradas potencialmente falsas. A maior preocupação é que alguns deles poderiam ser redirecionados para sites maliciosos, outros poderiam baixar malware ou spyware, clicando sobre eles.

Essas são dicas dos especialistas Kaspersky para detectar notícias falsas:

1.    Tenha cuidado ao procurar informações sobre notícias que acabaram de acontecer. Sempre que possível, procure diretamente fontes que ofereçam notícias oficiais.
2.    Promoções que parecem boas demais para ser verdade, provavelmente não são. Não clique em links de fontes duvidosas. Se você clicar nesses anúncios, não divulgue informações pessoais ou confidenciais.
3.  Verifique se o seu computador está atualizado com todas as atualizações de software (navegadores, plug-ins, patches de segurança).
4.    Utilize um software de proteção. Lembre-se que a curiosidade e descuido podem causar problemas sérios nos seus dispositivos e pode até causar a perda de dados pessoais e dinheiro.

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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