* em Madrid
Há quatro ou cinco anos, as redes estavam isoladas, eram propriedade de fabricantes e por isso não se encontravam expostas como hoje. “Agora temos uma nova problemática”, disse Ignacio Álvarez, da Siemens. “Para além do mais, com toda a temática dos dados, agora há que os ter disponíveis em todo o lado, a toda a hora… mas há que garantir a sua segurança!”
Por isso mesmo Jorge Hurtado, da Capgemini, acredita que um dos grandes desafios é precisamente a consciencialização.
“As empresas não têm ainda noção da importância da cibersegurança. A indústria está a lançar-se no IoT, o time-to-market está a ganhar e não há medidas de segurança que acompanhem isto. A consciencialização vai ser fundamental”.
Por outro lado, diz este executivo, não existem profissionais suficientes para encetar as estratégias de digitalização que estamos a promover juntos das empresas.
Até porque o risco e a exposição das organizações ao cibercrime aumentou. E disso parece não haver qualquer dúvida. “Há uns anos, um ataque só afetava o departamento de informática. Não havia um perigo real para o negócio, continuávamos a faturar. Mas hoje, mesmo que a empresa apenas coloque tijolo, é um negócio digital. Se é atacada, não funciona. Não consegue passar uma fatura!”, ilustrou Mario Garcia, da Checkpoint.
Além de que, hoje, no telemóvel temos contactos, os registos das pessoas com quem falamos, o que comemos, as fotos dos nossos filhos! “E isso vale dinheiro e, também por isso, é apetecível aos cibercriminosos”, diz Mario Garcia.
“Há que ter senso-comum. Há que eleger que parte do negócio tem de ser altamente protegido e qual a área que não tem tanto valor. Nem todas as empresas precisam de níveis extremos de segurança, pois isso vai ter um custo muito elevado. Na Checkpoint, o que fazemos é precisamente isso, tentamos encontrar a melhor solução para a necessidade da empresa”.
Aliás, Mario Garcia disse uma frase muito curiosa. “Em Espanha não somos suficientemente paranóicos com a cibersegurança”.
Para além do mais, o problema é que, atualmente, não temos de estar preocupados apenas com a nossa segurança, mas com a segurança dos parceiros. Basta ter em atenção o caso dos Papéis do Panama. Os hackers não roubaram os dados às empresas visadas. Bastou irem a um parceiro que não estava protegido…
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