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Deputados europeus vítimas de pirataria informática

Cerca de 13 pessoas tiveram as suas contas de e-mail invadidas por um hacker que pretende provar a fragilidade dos sistemas de segurança informática no Parlamento Europeu.

O PE decidiu encerrar um dos seus sistemas de acesso à Internet por WiFi e ordenou a abertura de um inquérito em reação à revelação de que um pirata informático invadiu as caixas de e-mail de muitos eurodeputados.

O pirata, que não está identificado, teve acesso a dezenas de milhares de e-mails, documentos confidenciais, cadernos de endereços, agendas e correspondências profissionais e privadas.

Entre os eurodeputados que foram vítimas deste ataque estão três franceses, um alemão, um italiano e a socialista portuguesa Ana Gomes. Quatro assistentes parlamentares também estão entre as outras vítimas do hacker.

“Não nos apercebemos de que alguém teria entrado na caixa de e-mail”, revela Alexandra Carreira, assistente de Ana Gomes.

A intenção do hacker era provar a fragilidade do sistema informático do Parlamento Europeu. O pirata também quis demonstrar o risco de recurso das instituições públicas ao sistema operativo e às aplicações da Microsoft.

A entrada nas caixas de e-mail foi possibilitada a partir de uma aplicação da Microsoft instalada nos smartphones dos deputados que lhes dá acesso aos servidores do PE e que tem registados os seus dados de entrada. O hacker programou o seu computador para o colocar, via WiFi, entre os smartphones e os servidores do PE, permitindo-lhe decifrar os dados de acesso e entrar nas contas das pessoas escolhidas.

Segundo o serviço de imprensa do Parlamento, a pirataria recaiu apenas sobre a rede externa de WiFi do PE, que coloca os utilizadores vulneráveis face a ataques de hackers.

Duas assistentes de um dos deputados vítima desta pirataria escreveram ao hacker para agradecer, ironicamente, a pirataria que permite relançar “o debate da segurança numérica e da proteção de dados, da transparência em política e do papel dos lobbies, do estado da vigilância e das liberdades individuais”.

Estas assistentes adiantam ainda que o verdadeiro escândalo seria que “interesses privados desviassem os deputados e os seus assistentes do seu trabalho de recolha de posições e de conceção de uma linha política em função dos seus valores e ideias e da sua defesa até ao fim”.

Cátia Colaço

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