Crescimento na nuvem compensa queda dos lucros na Microsoft

A Microsoft sofreu uma queda nas vendas e lucros no segundo trimestre fiscal, que corresponde aos últimos três meses de 2015, mas o mercado recebeu os resultados de forma positiva. É que as tecnologias da empresa na nuvem cresceram acima do esperado.

No quarto trimestre de 2015, a Microsoft obteve um volume de negócios de 22 mil milhões de euros, uma queda de 10%, e lucros de 4,6 mil milhões, um recuo de 15%. No entanto, o mercado acolheu o relatório de forma positiva: na sessão de hoje do Nasdaq, as ações da empresa estão a subir mais de 5,5%. Tudo devido às boas notícias nos serviços na nuvem: um aumento de 140% nas receitas de Azure, com os segmentos Azure premium a triplicar. No total, a divisão de serviços da “nuvem inteligente”, como lhe chama a Microsoft, atingiu os 5,7 mil milhões de euros.

“Há empresas em todo o lado a usarem a Microsoft Cloud como a sua plataforma digital para impulsionar os seus ambiciosos planos de transformação”, sublinhou o CEO da empresa, Satya Nadella, na comunicação dos resultados. “As empresas também estão a testar o Windows 10, que irá levar a instalações para lá dos 200 milhões de dispositivos já a funcionar.”

Nos últimos três meses do ano, as receitas da unidade de produtividade e processos de negócio caíram 2% para 6,1 mil milhões de euros (teria subido 5% se não fosse o impacto das flutuações cambiais), sendo que o destaque vai para o Office 365. A subscrição da suite de produtividade deu um salto de 70%, aumentando o número de assinantes para 20,6 milhões. Mais uma vez, é a estratégia bem sucedida na nuvem que Satya Nadella tem conseguido implementar.

Segmento de consumo

Na divisão de computadores pessoais, sem surpresa, as vendas caíram 5%, para 11,6 mil milhões de euros, dado que o mercado de PCs está em abrandamento. No entanto, as vendas do tablet Surface cresceram 29%, refletindo o lançamento do Pro 4 e do Surface Book. Na unidade de consolas, uma nota para os utilizadores do serviço Xbox Live, que cresceram 30% para 48 milhões, um novo recorde.

O que a Microsoft não consegue é ser bem sucedida no segmento de smartphones. As vendas caíram 49% numa altura propícia a este tipo de aquisição, o Natal. Ainda assim, o diretor de operações da empresa, Kevin Turner, disse que esta foi “uma época natalícia forte para a Microsoft, com destaque para o Surface e para a Xbox.” Referiu ainda que o negócio comercial correu bem e que “os clientes reconheceram o valor das tecnologias da Microsoft na nuvem, desde o Azure ao Office 365 e CRM Online.”