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ENTREVISTA| Compuworks “usa” outsourcing para alavancar crescimento em 30%

“Tendo em conta a atual expectativa em torno das áreas de Segurança e de Cloud Base Systems, contamos também que muito do nosso trabalho se vá centrar em volta destes serviços”, disse Paulo Moreira, diretor-executivo da Compuworks.

Paulo Moreira, diretor-executivo da Compuworks

B!T – Hoje, como se apresenta a Compuworks ao mercado?

Paulo Moreira – Somos uma empresa que está no mercado há mais de 15 anos, dispondo por isso de uma vasta experiencia em diversas áreas que envolvem as infraestruturas informáticas. O nosso enfoque tem sido nos últimos anos na área de Outsourcing de Serviços de TI para empresas de média e grande dimensão. No fundo, assumimos a responsabilidade do departamento de informática da empresa. Vantagens? Somos especialistas no que fazemos, por isso a empresa cliente terá acesso a serviços de ponta e permanentes de instalação e manutenção de sua infraestrutura. Apostamos num serviço a 360º, que incorpora infraestruturas, segurança, servidores, “cloud base systems”, licenciamento. No fundo, tudo o que a empresa necessita para se focar naquilo que gera o seu lucro, sempre suportada por uma equipa de TI de excelência.

Juntamente com o Outsourcing de TI, mantemos uma forte presença nas áreas dos serviços de manutenção especializados e da venda e instalação de equipamentos. São as áreas com que iniciamos a nossa atividade.

Que área da empresa mais contribui para o volume de negócios?

Mesmo nunca descurando o reforço das nossas áreas de serviços de manutenção especializados e da venda e instalação de equipamentos, é sem dúvida a unidade de negócio de Outsourcing TI que tem assumido relevo nos últimos anos. As empresas estão cada vez mais conscientes do controlo de eficiências e custos, especialmente tendo em conta os difíceis últimos anos que a nossa economia tem passado. A Compuworks apresenta-se como um parceiro que os ajuda a conseguir ambas as coisas: eficiência de uso de recursos – com as ferramentas corretas a serem usadas pelos colaboradores todos vão ser mais eficazes no seu trabalho; redução de custos – porque para além dos nossos serviços serem quase sempre de custo inferior ao de suportar um departamento de informática interno, também as soluções que apresentamos de infraestrutura são geralmente mais económicas, uma vez que se baseiam no nosso conhecimento especializado do mais avançado e adequado que está disponível no mercado.

De que forma tem evoluído o vosso negócio nos últimos dois anos?

De forma bastante satisfatória: obtivemos 33% de crescimento em 2015, quando já vínhamos de uma impressionante marca de 25% do ano anterior. Temos um portfólio de clientes que temos mantido ao longo dos anos e que tem crescido connosco e tivemos algumas aquisições de peso no último ano que vieram trazer novo suporte ao nosso crescimento. O interessante é estarmos a conseguir crescer nas nossas três áreas de negócio a cada ano, o que nos tem feito também crescer em termos de colaboradores em todas as especialidades.

Empresas já retomaram investimento em TI

Já há uma efetiva retoma do investimento em TI ou ainda vemos por parte das empresas um certo adiamento desse investimento?

O desenvolvimento na área de TI tem sido extraordinário nas últimas décadas. Há duas décadas atrás ainda existiam empresas que não tinham um parque informático alargado a todas as funções da empresa. Na década passada isso mudou e começaram a ficar obsoletos objetos que faziam parte do dia-a-dia de qualquer empresa (como o fax ou a fotocopiadora). Hoje em dia tudo passa por sofisticadas infraestruturas que têm que evoluir tão rápido como o mercado exige. As empresas entendem isto e cada vez mais investem para conseguir manter-se de uma forma sólida a competir no mercado. Claro que houve um arrefecimento devido à conjuntura económica do país dos últimos quatro ou cinco anos, mas seria impensável, hoje em dia, uma empresa não estar a pensar na implementação de cloud base systems por exemplo – são ferramentas essenciais de aumento de eficiência de recursos e todo o investimento vai ter um ROI positivo e rápido. E é nisso que a Compuworks investe, estando sempre atentos ao que poderá ajudar os nossos clientes a fazerem o investimento na tecnologia mais inovadora, mas que seja também a mais adequada para as necessidades apresentadas. Trabalhamos com diversas marcas e parceiros para termos a mais vasta gama de soluções a disposição do cliente.

O primeiro semestre vai estar dentro do esperado ou de alguma forma houve surpresas?

Como projetámos um crescimento ainda maior do que o que conquistamos no ano anterior, tivemos que nos preparar proactivamente. Fizemos as nossas projeções, que estão, ate agora, a correr conforme planeado e já tivemos até algumas boas surpresas em termos de novo negócio. Esperamos atingir os nossos objetivos para o primeiro semestre do ano.

Quais os grandes objetivos para 2016 e como preveem que o negócio evolua até ao final do ano? Onde esperam ir buscar os 30% de crescimento que dizem ir conquistar este ano?

A grande aposta vai centrar-se como já referido na área de Outsourcing de TI. Contamos reforçar a nossa equipa de gestão de negócio e de “new business”, bem como construir uma equipa de “back end” para apoiar os nossos técnicos alocados a contas de cliente específicas, tornando-os mais rápidos e eficientes ainda, melhorando assim tempos de resposta e utilização mais eficiente da equipa.

Tendo em conta a atual expectativa em torno das áreas de Segurança e de Cloud Base Systems, contamos também que muito do nosso trabalho se vá centrar em volta destes serviços.

Anunciaram um crescimento de 50% dos recursos humanos. Isso foi exatamente quantas pessoas? E com que competências? Para reforçarem que área?

Começamos pela nossa equipa comercial para apoio aos nossos atuais clientes e angariação de novos, na área de serviços de manutenção especializados e da venda e instalação de equipamentos. Tendo em conta este reforço, tivemos também que alargar a nossa equipa técnica, recrutando profissionais com valias em áreas que ainda não tínhamos ou em que não eramos tao fortes. Isso resultou muito bem, e temos sentido os efeitos positivos desse investimento certeiro.

Mais para o final do ano, começámos a pensar na reestruturação da área de Outsourcing de TI para fazer face ao crescimento que tínhamos obtido e ao que estávamos a contar ter este ano. Contratamos um gestor de negócio que está agora a liderar a equipa e a implementar a estratégia definida pela gestão. Para cada novo contrato, vamos ao mercado buscar a pessoa que mais se identifica com o projeto que temos que desenvolver com o cliente. Tem sido um grande desafio e investimento para a Compuworks, mas para atingirmos o nível de excelência que nos comprometemos com cada cliente só podemos trabalhar assim.

Como referido acima, estamos agora a começar a construir esta equipa de “back end” para suportar os nossos técnicos no terreno.

A importância da adaptação ao cliente

O que vos distingue da concorrência?

Pelo feedback que temos dos nossos clientes, é o facto de irmos sempre um pouco mais longe. Talvez não entendermos a função de outsourcing como a simples colocação de alguém a disposição do cliente. Para a Compuworks, a confiança que o cliente coloca em nós exige que nos adaptemos o mais possível as suas necessidades. Temos que entender a cultura do nosso cliente, integrar o que são os seus objetivos, alinhar o que são as suas expectativas, perceber o que planeiam para o seu futuro.

Desenhamos cada projeto completamente à medida de cada cliente. Começando sempre de uma página em branco ouvimos tudo o que são as suas necessidades, tentamos perceber as que não são ditas e procuramos as melhores alternativas de mercado para as conseguir satisfazer, não só dentro da nossa carteira de fornecedores e parceiros, mas o que estiver disponível e fizer mais sentido será o que integramos na proposta.

Na fase de implementação fazemos questão que seja o menos disruptivo possível para o dia-a-dia do cliente. O nosso objetivo é fazermos implementações por vezes incrivelmente profundas na estrutura do cliente sem afetar um único minuto a sua atividade normal. Uma vantagem enorme quanto trabalhamos com empresas que operam 24/7 mas que aplicamos a todos os clientes.

Até ao final do ano que projetos têm entre mãos?

Vários e em diversas frentes. Temos uma renovação da totalidade dos sistemas de Informação de um dos nossos maiores clientes que esta a passar por um processo de fusão. O processo iniciado em janeiro irá decorrer ate ao final do ano, tal a sua dimensão.

Para além dos já alinhados, a nossa aposta no reforço da equipa de “new business” irá certamente trazer grandes projetos para a nossa carteira.

Áreas de negócio da Compuworks estão em constante mutação

Para 2017 há alguma área que prevejam ir merecer maior investimento e “atenção”?

A área de negócio da Compuworks esta em constante mutação. A nossa intenção é manter sempre atualizadas as nossas diversas equipas com o que se esta a passar no mercado a cada momento obtendo o maior número de certificações e trazer mais know-how para podermos responder aos nossos clientes de forma mais eficaz.

Claro que os grandes projetos de Outsourcing de TI continuarão a representar grande parte da nossa faturação, mas novas áreas podem aparecer. O enfoque da direção vai ser identificar, avaliar e integrar essas novas áreas que vão emergir nas TI. Estamos já a prepararmo-nos para podermos responder no segmento de Segurança, numa rápida adaptação da empresa ao que se passa a sua volta e complementaridade aos serviços que já disponibilizamos, para nos mantermos no mercado por pelo menos mais 15 anos!

Susana Marvão

Jornalista especializada em TIC desde 2000, é fã incondicional de todo o tipo de super-heróis e da saga Star Wars. É apaixonada pelo impacto que as tecnologias têm nas empresas.

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