A CIONET, uma comunidade de executivos de TI na Europa iniciou, no primeiro trimestre de 2014 o denominado Programa de Potências Tecnológicas que tem como principal objetivo fortalecer as relações empresariais no setor das Tecnologias de Informação e Comunicação entre Portugal e alguns dos países identificados como as maiores potências do momento. Rui Serapicos, Managing Partner da CIONET Portugal, explicou à “B!T” que o objetivo é se criar pontos de contacto entre países, facilitando a comunicação, partilha de experiências, partilha de informação e boas práticas e, quem sabe, até partilha de recursos e talentos na área por oportunidades que surjam eventualmente. Como correram os primeiros três meses do ano em termos de negócio, sobretudo quando comparado com o ano anterior? Foram positivos tanto em termos de eventos (CIO Day’14) como em número de membros (estamos a chegar aos 200 membros). Nos primeiros três meses do ano tivemos um aumento de mais de 25% no número de membros, houve a entrada de 42 novos executivos de TI na rede. A par disso, organizámos o evento anual da CIONET onde são divulgados os vencedores do CIO of the Year. O evento contou com mais de 70 participantes, e debateu temas como CIO Agenda e desafios e oportunidades da função, com oradores nacionais e internacionais de referência (Tzipora Rimon, Embaixada de Israel em Portugal, Amiram Shore, Associação Israelita das Indústrias de Eletrónica e Software, José María De Santiago, Gartner, Artur Loureiro, Sonae, e Jaime Quesado, Economista). No início do ano anterior a comunidade não tinha ainda este ritmo de crescimento. Para além disso, este foi o primeiro ano em que organizámos o CIO Day, evento a manter na agenda dos próximos anos. Foi mais ou menos ao encontro das vossas expectativas ou houve algum tipo de surpresa? Não houve surpresas, se bem que existem expectativas positivas em relação à saída ordenada de Portugal da atual intervenção da Troika na economia portuguesa. Quais as áreas que alavancaram o negócio neste trimestre? Uma das formas de alavancagem do negócio neste trimestre foi o início do Programa de Potências Tecnológicas. O programa tem como principal objetivo fortalecer as relações empresariais no setor das Tecnologias de Informação e Comunicação entre Portugal e alguns dos países identificados como as maiores potências do momento. Pretende-se criar pontos de contacto entre países, facilitando a comunicação, partilha de experiências, partilha de informação e boas práticas e, quem sabe, até partilha de recursos e talentos na área por oportunidades que surjam eventualmente. A primeira potência abordada foi Israel, dados os seus resultados a nível de inovação e a sua eficácia em campos como segurança em TI, cloud computing, armazenamento e data centers, infraestruturas de TI e enterprise Software. Do ponto de vista de mercado existem algumas tendências que parecem paradoxais do ponto de vista de investimento em TI: por um lado algumas empresas estão a fazer outsourcing, por outro lado outras empresas estão a considerar o insourcing de determinadas funções. Acreditamos que estas tendências podem acelerar nos próximos três meses e alavancar a própria economia ou algumas operações. Como preveem que o negócio evolua nos próximos três meses? Estamos com expetativas muito positivas especialmente em relação às recentes parcerias (APDSI, APDC, TICE) bem como novos business partners. APDC, APDSI e TICE são organizações que, tal como a CIONET, tentam promover a criação e divulgação de conhecimento na sociedade, gerando o crescimento dos profissionais e empresas e fomentando a economia e o talento nacionais. A CIONET tem procurado criar este tipo de parcerias no sentido de potenciar as sinergias entre organizações e criar oportunidades conjuntas que nos aproximem dos nossos objetivos comuns. Qual o grande ou grandes objetivo para 2014? Um dos grandes objetivos de 2014 é a realização da Cimeira “Grand Coalition for Digital Jobs”. Este é um projeto que nasceu de um encontro entre CIONET e a Comissão Europeia (a comissária Neelie Kroes), no qual Artur Loureiro participou e onde referiu alguns temas que requerem a atenção dos profissionais de tecnologias de informação em Portugal e que necessitam de medidas e planos de ação para serem contornadas. Um dos problemas referidos pelo CIO da Sonae foi o Brain Drain de jovens talentos, em que a excelente mão-de-obra gerada pelas universidades portuguesas deixa o país para trabalhar no estrangeiro, onde a oferta de jovens qualificados não consegue igualar a procura. Como resultado deste encontro surgiu um convite da CIONET dirigido ao Presidente da CE, para que numa visita a Portugal tentasse abordar este tema. A CIONET Portugal está a planear a Cimeira “Grand Coalition for Digital Jobs” para o ultimo trimestre do ano, onde, em colaboração com alguns parceiros de negócio já mencionados, procuraremos debater temas como Retenção de Talentos, o Reskilling, a Educação e a Inovação e Investimento – Digital Jobs “Generators”, e criar planos de ação específicos para abordar os problemas e oportunidades identificados.