O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês lançou-se contra o Canadá, acusando-o de fazer acusações sem fundamento racional, depois de o país ocidental ter apontado hackers chineses como os responsáveis pelo ciberataque que atingiu a rede de computadores do Conselho Nacional de Pesquisa canadiano.
Ottawa afirmou que”uma entidade altamente sofisticada apoiada pelo Estado” infiltrou-se recentemente na network de computadores do Centro Nacional de Pesquisa (CNP), o maior órgão de investigação do Canadá que trabalha com grandes empresas como a fabricante de aviões e comboios Bombardier.
O Canadá já havia comunicado ataques às suas redes, mas esta é a primeira vez que aponta o dedo à China, frequentemente acusada de orquestrar investidas cibernéticas a empresas, nomeadamente por parte dos Estados Unidos. No entanto, Pequim nega de todas as vezes o seu envolvimento nestas práticas criminosas.
Pela enésima vez, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês emitiu a sua já repetitiva e frustrantemente vaga declaração de insenção de culpa, assegurando que o governo não apoia quaisquer atividades cibercriminosas e que repudia acusações que envolvam a China nestes ataques.
“ O Canadá, para além de padecer de uma falta de provas, lançou acusações sem fundamento. Foi irresponsável e a China opõe-se veementemente a tal”, escreveu o Ministério no seu website, acrescentando que o Canadá deverá agora corrigir o seu erro, parar de criticar a China e atenuar os efeitos negativos que advieram das acusações.
O governo conservativo direitista do Canadá tem tido uma relação algo conturbada com Pequim desde que em 2006 assomou ao poder. Apesar de no início o Primeiro-ministro Stephen Harper ter demonstrado alguma retinência em “meter as mãos na massa”, está agora, ao que parece, a tentar resolver a situação com o governo chinês.
O ataque cibernético ao CNP não é, segundo o Canadá, o primeiro a ter a impressão digital chinesa. EM 2011, um grupo de cibercriminosos infiltrou-se na rede informática de alguns dos departamentos do governo canadiano, incluindo o das Finanças. Também em 2012, o país disse que um fabricante nacional de software fora vítima de hacking, embora tenha recusado acusar a China.
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