China e Rússia: uma parceria de titãs a ser temida
A MegaFon, a segunda maior operadora móvel da Rússia, acordou em despender pelo menos 600 milhões de dólares em equipamento da Huawei, numa altura em que os laços russos com a China fortalecem-se.
Escolhendo a Huawei, a maior produtora de equipamentos de rede e de telecomunicações da China, para parceira de negócios, a MegaFon assinou com a chinesa um contrato de sete anos que visa potenciar as redes móveis em algumas regiões da Rússia.
O diretor estratégico russo Alexander Bashmakov disse que o acordo, que inclui serviços de manutenção e software, deverá rondar as centenas de milhões de dólares.
As empresas russas têm vindo a estreitar as suas relações com as chinesas depois de os Estados Unidos e a União Europeia se terem unido para sancionar o país liderado por Vladimir Putin, castigando-o por ter anexado a Crimeia.
A Gazprom, a maior empresa russa, rubricou já um acordo de 400 mil milhões de dólares para exportar combustível para a China.
A MegaFon assevera que a escolha da Huawei foi condicionada exclusivamente pelas variáveis tecnológica e financeira, e não foi de modo algum influenciada por fatores de índole política.
Na mão do homem mais rico da Rússia, Alisher Usmanov, e parcialmente detida pela TeliaSonera, a MegaFon vai recorrer a uma linha de crédito disponibilizada pelo China Development Bank, para poder efetuar as compras dos equipamentos.
Apesar da MegaFon dizer que nao existem quaisquer interesses políticos envolvidos, não podemos ignorar o facto de a China estar a travar “amizades comerciais” com o arqui-inimigo dos Estados Unidos, depois de nos últimos tempos termos vindo a testemunhar a deterioração das relações sino-americanas, resultado das acusações de espionagem com que Washington e Pequim se têm fustigado mutuamente.