Rui Duro começou por fazer um balanço de 2016 dizendo que “em termos de mercado, vimos coisas muito preocupantes mas, em termos de quem vende soluções de segurança, diria que este foi um ano muito interessante em que houve uma evolução muito grande naquilo que é toda a parte dos ataques e das ameaças”.
O executivo falou da forma como o aumento dos ciberataques está relacionado com a crescente tecnologia que usamos no nosso dia-a-dia e que cria oportunidades imensas ou ilimitadas para quem ataca. “As ameaças são as mesmas que vimos em 2015 mas houve crescimento do número de incidentes dessas ameaças. Há uma área em que vimos uma grande evolução que é a área dos ataques às pessoas. Até aqui sentíamos muito os ataques às empresas, na rede em si, mas como as empresas se começaram a proteger mais, a cada mês que passa vemos que as novas variantes de ataque, as novas ideias de ataque, cada vez mais se centram nas pessoas. Julgo que isto vai ser a tendência para 2017, o que vamos ver é sermos nós cada vez mais as vitimas desses ataques.”
“Nós, os utilizadores, somos os elos mais fracos das empresas, quer seja por falta de conhecimento, por descuido ou por falta de valorização da informação que detemos e somos o meio de entrada. É necessário que as empresas invistam recursos em formação como parte da sua estratégia de segurança”.
O phishing foi um dos tipos de ataque que mais cresceu durante o ano (80%) e prevê-se que continue a ser o método favorito dos hackers. De acordo com os dados do relatório da empresa, três em cada quatro campanhas de malware são difundidas desta forma. O ransomware foi, também, um dos indiscutíveis protagonistas de 2016.
A inovação é um aspeto essencial para a empresa de segurança conforme nos indicou o executivo. “A ideia que se tem da Check Point é que é a empresa da firewall, o inventor da firewall. Nós somos uma empresa de segurança mas que temos um espectro muito grande de produtos.” Rui Duro, destacou os gateways de segurança (nos quais estão incluídas as firewalls), as soluções de proteção de redes críticas, as zero day protection cuja a face mais visível é o ransomware, a segurança em cloud, a área de virtualização e automação de data centres em que trabalham com Cisco ACI e com VMWare NSX e a área de mobilidade e proteção de dispositivos móveis indicando que, inclusive, a Check Point é já líder tecnológica nessa área, o que é desconhecido por muitos.
“Temos uma ideia muito clara do que queremos oferecer ao mercado e a ideia é criar um chapéu de oferta com uma única consola de gestão, que consiga proteger qualquer tipo de empresa e qualquer tipo de cliente em toda a área em que possa trabalhar, desde a sua rede interna ao seu escritório remoto. Nós temos produtos mas com uma estratégia muito clara da proteção das empresas.”
Resultados muito positivos
“A Check Point é muito fiel à sua própria imagem, somos provavelmente um dos poucos players no mercado que fomos 100% focados em segurança e isso tem-nos trazido todos os anos um crescimento muito estável e este ano não vai ser diferente. A Check Point, a nível internacional, vai crescer como sempre cresceu e os números são muito positivos. A Check Point é das empresas no mercado IT que mais saúde financeira apresenta, isto mostra que há uma boa gestão, que há cuidado, que estamos a fazer os investimentos certos, que estamos a retirar do nosso negócio o valor certo.” afirmou Rui Duro.
Portugal, não é diferente. O responsável anunciou que o crescimento “será, muito provavelmente, um pouco superior à média da Check Point a nível global. Estamos a contar crescer em Portugal, no overall cerca de 22%” Mas há também um fator muito importante que tem a ver com o número de crescimento das venda de novos produtos pois “significa vender nova tecnologia e ter novos clientes”. As vendas de produtos vão ter um crescimento de 25% face ao ano anterior.
“O número que melhor mostra a saúde da empresa é se está a captar novos clientes. Neste momento, há um foco muito grande dentro da Check Point para crescimento de novos produtos e tecnologias e a empresa está a conseguir responder a essas expectativas”, acrescentou.
Rui Duro referiu ainda o reforço da equipa da Check Point no nosso país, com a entradas de dois elementos e que de como isto “mostra que a empresa confia no mercado nacional. Julgo que vai ser um ano bastante positivo para a Check Point em Portugal”.
Quando questionado sobre o novo regulamento de proteção de dados europeu e de que forma este pode influenciar o mercado, Rui Duro afirmou que “esta nova legislação vem ajudar a área do IT a dizer a quem toma decisões financeiras que a partir de agora tem de se preocupar com a segurança”.
“Em 2017, ainda não se vai ver um boom muito grande mas em 2018 vai ser muito claro essa pressão que a nova legislação vai fazer. Eu julgo que é extremamente importante a vários níveis, um deles é que vai provocar que a segurança seja tema dentro das empresas e não só uma necessidade quando acontece alguma coisa e o outro é que vai provocar uma educação. A principal arma para a segurança é sempre a educação”.
Quanto a Portugal, o executivo considera que as empresas vão esperar pelo limite para implementar ações mas para empresas que já tenham políticas de segurança, “vai ser uma questão de acerto e ter mais empowerment para fazer investimentos” nessa área.
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