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Cascais recebe BIG Smart Cities 2017 e é primeira cidade experimental para startups

A apresentação do concurso contou com a presença de Mário Vaz, CEO da Vodafone Portugal; Pedro Queirós, Presidente da Ericsson Portugal, Miguel Muñoz Duarte da NOVA SBE (School of Business and Economics) e Miguel Pinto Luz, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Cascais.

As grandes novidades da edição de 2017 da competição de empreendedorismo são, além da nova casa, a Rede Nacional de Experimentação, da qual Cascais será pioneira, e a inclusão de Braga no desafio das cidades que se junta a Lisboa, Porto, Coimbra e Évora.

No início da cerimónia, o responsável da Vodafone referiu que acredita que este tipo de iniciativas pode “contribuir para que Portugal possa ressurgir, outra vez, como um país relevante nestes novos tempos da economia digital que atravessamos”. 

“Vodafone é sinónimo de inovação.” disse Mário Vaz quando se referiu ao motivo pelo qual a empresa apoia o BIG Smart Cities. “Quando estamos a trabalhar em telecomunicações, isso significa inovar, significa tirar partido de tecnologias mas também faz parte do nosso ADN, faz parte da nossa cultura. Inovamos não só em produtos e serviços mas também em processos, porque só com inovação conseguimos responder aquilo que são os desafios que, felizmente, os clientes nos colocam todos os dias”, afirmou o executivo da operadora na cerimónia de abertura.

O CEO da Vodafone Portugal alertou que não há cidades inteligentes de sucesso sem tecnologia de última geração que seja suportada, por sua vez, em redes de telecomunicações de última geração.  Além disso, Mário Vaz, indicou que a empresa “está comprometida com o país” mas que também tem alguns motivos “egoístas” quando dá apoio e mentoring aos projetos selecionados. É que a própria companhia quer tirar beneficio da inovação. 

A Vodafone tem “espírito empreendedor” e pretende com esta iniciativa “selecionar ideias, apoiar jovens que passem do powerpoint para uma realidade de projeto” assim como ser facilitadora de projetos de colaboração, finalizou.

 

Pedro Queirós, disse que Cascais “é um concelho inovador” e que a Ericsson, que é patrocinadora concurso desde o ano passado, acredita que a iniciativa “vai ser novamente um sucesso”.  O executivo referiu que a empresa sueca quer “apoiar e promover” as ideias inovadoras e que, entre outras coisas, oferece, à equipa vencedora, uma viagem a Kista, à sua sede e polo de inovação. Nessa deslocação, os jovens vão ser aconselhados por especialistas sobre o projeto que irão desenvolver posteriormente no Vodafone Power Lab. 

O mentor do concurso, Miguel Muñoz Duarte, revelou que a missão do BIG Smart Cities quando nasceu era “resolver os problemas das cidades”. O projeto nestes últimos cinco anos teve mais de 960 candidaturas, 80 projetos finalistas e conduziu à criação de  20 empresas com mais de 5 milhões de euros de investimento angariados, no total.

O executivo da NOVA SBE referiu que está a ser criada uma Rede Nacional de Experimentação e que a mesma nasceu da necessidade que foi observada em anos anteriores, em que “as startups queriam testar em ambiente real e não conseguiam”. “Decidimos criar uma espécie de ponto de encontro, que ainda estamos a afinar, entre startups e municípios que terem testar as tecnologias”, acrescentou. Há já algumas Câmaras interessadas na iniciativa, que não foram divulgadas mas ficou a promessa de que mais informação será facultada aquando da final do BIG Smart Cities.

“Se a tecnologia vier resolver os problemas dos cidadãos e vier dar melhor qualidade de vida, então a tecnologia é uma prioridade” indicou Miguel Pinto Luz, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Cascais. O município é o destino mais sustentável do mundo e a tecnologia tem trazido vários benefícios ao concelho disse o membro do executivo camarário. O autarca referiu o sistema de recolha de resíduos urbanos e o de bike sharing como duas das iniciativas mais bem sucedidas ao nível de cidades inteligentes, quer a nível nacional, quer até mundial.

“Coesão social, sustentabilidade ambiental e desenvolvimento económico” foi assim que o Vice-Presidente descreveu as vantagens que os vários projetos que a Câmara desenvolveu na área de Smart Cities trouxeram a Cascais. A vila, “que não quer ser cidade”, tem a dimensão adequada para fazer testes de soluções inovadoras dado que permite serem, posteriormente, escalados a cidades maiores.  As áreas preferenciais de testes de novas ideias tecnológicas no concelho são o “turismo”, “ensino” e o “mar”,  indicou Miguel Pinto Luz.

Em relação ao BIG Smart Cities de 2017, são cinco categorias ou áreas de oportunidade: Mobilidade, Participação e Inclusão, Turismo, Living e Ambiente. As candidaturas podem ser realizadas de duas maneiras, ou através de presença nas BIG City Challenges ou por inscrição no site do concurso.  Os roadshows regionais acontecem no dia 27 de abril em Coimbra, dia 4 de maio em Braga, 16 de maio em Évora, 17 de maio em Lisboa e 23 de maio no Porto. De cada evento saem 10 vencedores e das candidaturas online serão seleccionados mais 10, que serão avaliados à distância pelo júri e, posteriormente, através de entrevista.  As candidaturas terminam a 23 de maio.

No total serão 20 finalistas que estarão presentes na BIG Final que acontece no dia 11 de julho. Nessa cerimónia, vão ser apresentados publicamente os pitches dos projectos dos quais sairá o grande vencedor. 

O primeiro lugar ganha um prémio de 10 mil euros e vai poder desenvolver a sua ideia nas instalações da aceleradora Vodafone Power Lab, recebendo formação, coaching e sessões de mentoring, além da já referida visita à sede da Ericsson e experimentação. Já os segundo e terceiro lugares recebem um prémio de 2500 euros, 6 meses de aceleração assim como a possibilidade de experimentar a ideia em Cascais. Há, ainda, uma menção honrosa que que tem direito ao mesmo período de aceleração no Vodafone Power Lab e a possibilidade de testar o projeto.

Antes da apresentação da competição houve tempo para espreitar alguns dos projetos que estão a ser devolvidos a nível de cidades inteligentes em Cascais. Começamos por ver o MOBICASCAIS, plataforma de mobilidade integrada que envolve vários transportes. A solução contém uma app que abrange bicicletas, automóveis, comboios e autocarros. Em seguida, visita ao Museu da Vila para descobrir a implementação do sistema Vodafone Smart Energy que é uma solução que monitoriza a energia e permite uma gestão mais eficiente em edifícios e que está, também, a ser pensada para pequenos escritórios.

O Cascais Smart Waste foi um projetos implementados pela Câmara Municipal de Cascais que, através da instalação de sensores, permite uma  melhor gestão dos níveis de enchimentos das Ilhas Ecológicas e reduz, de forma significativa, o número de vezes que os camiões tem de passar. Essa  gestão mais eficiente das frotas levou à redução de mais de 185 mil km ao ano, o que se traduz em menos emissões de CO2 e uma poupança de cerca de 800 mil euros anuais.

Foi ainda apresentada uma solução de sensores IoT para monitorização do nível da água que permite prever quando os recursos de água estão a atingir mínimos críticos antes que tal aconteça, efectivamente. A ferramenta possibilita que exista uma tentativa de gestão mais racional da água, por exemplo, através de cortes efetuados pela rede de distribuição ou iniciativas de sensibilização realizadas pela autarquia.

Outra das demonstrações foi da solução Vodafone Smart Lights (na foto) dedicada à gestão inteligente de iluminação pública. A tecnologia funciona através da rede da operadora e sensores e permite controlar, de forma remota, e em tempo real todos os postes de iluminação pública. Esta solução funciona através de uma app e permite, se pedido, a instalação de sensores que medem a qualidade do ar ou ter hotspots Wi-Fi.

Por último foi apresentado o Ericsson Massive IoT. De referir que a empresa estima que existam cerca de 18 mil milhões de dispositvos conectados até 2022 e que muitos deles provenham de soluções em cidades inteligentes. Assim, foram apresentados vários cases, desde Smart Cities, até soluções em Smart Farming e Smart Environment.

Mafalda Freire

Colaboradora da B!T, escreve sobre TI e faz ensaios. Esteve ligada à área de e-commerce durante vários anos e é fã de tecnologia, do Star Wars e de automóveis.

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