Bloqueio turco ao Youtube prestes a ser revogado
O governo turco deverá muito em breve revogar o bloqueio imposto ao Youtube no passado mês de março, que proibia o acesso ao site na Turquia, depois de o Tribunal Constitucional do país ter decretado que a medida infringe o direito humano à liberdade de expressão.
No final do mês de março as autoridades para as telecomunicações turcas subjugaram a plataforma de partilha de vídeos Youtube a restrições que impediam o acesso ao site na Turquia, depois de gravações de conversas de oficiais do governo turco onde eram discutidos assuntos confidenciais terem sido divulgadas.
O Primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan tem sido um dos principais defensores da obliteração das redes sociais no país, visto que algumas das pessoas envolvidas nas acidentalmente mediáticas gravações serem parte do seu círculo mais íntimo.
Assim, em março foram banidos tanto o Twitter como o Youtube sob a premissa de que atentavam contra os bons-costumes turcos e que não eram nada mais do que munições ocidentais para a corrupção do governo da Turquia.
Apesar de em Abril ter sido anuladas as constrições ao Twitter, o Youtube não teve tanta sorte, não obstante os diversos decretos de tribunais mais pequenos que ordenavam a restituição do acesso ao site de partilha de vídeos.
Contudo, afigura-se como incerto se a decisão do mais alto tribunal da Turquia surtirá algum efeito, visto que os apelos dos demais tribunais foram eclipsados por alegações de que o Youtube continuaria a conservar conteúdo oprobrioso no seu site.
Foram ainda bastantes os utilizadores turcos que, recorrendo a software especificamente desenvolvido para o efeito, conseguiram ludibriar os bloqueios e aceder à plataforma de partilha de vídeos.
Na altura, as restrições foram aplicadas como “medidas administrativas de prevenção”, um mero eufemismo para censura.
Agora, o Tribunal Constitucional turco decreta que o bloqueio tem que imperativamente ser levantado, uma vez que conspurca o direito à liberdade de pensamento e de expressão.
Estas medidas da Turquia fizeram franzir o sobrolho de muitos outros governos, e foram alvo de caústicas críticas por parte de organizações defensoras dos direitos humanos.