Base de dados da Barclays vendida no mercado negro

Uma base de dados contendo 27 mil ficheiros de clientes da entidade bancária Barclays foi roubada e vendida no mercado clandestino.

O delator, antigo corretor de commodities que entregou um memory stick contendo dois mil dos ficheiros furtados, afirmou que cada um deles podia ser vendido por 50 libras. O denunciante diz que este incidente constitui a pior fuga de dados com que já se deparou. No entanto, diz que a venda e compra ilegal de informação é um fenómeno a que se assiste com elevada frequência.

Os dados roubados contemplam informação relativa aos ganhos dos clientes, hipotecas, poupanças e apólices de seguro, bem como números de passaportes e de seguros.

A fuga de informação afeta os clientes que procuraram conselhos junto do banco e inclui informação acerca da sua propensão para a tomada de riscos. Esta informação pode ser usada por criminosos para persuadir os clientes a investirem em negócios duvidosos.

O Barclays, que admitiu que a infração aparentava ser de índole criminosa, declarou que não tardou em contactar o Gabinete do Comissário para a Informação (ICO) e outros reguladores depois do Mail on Sunday ter dado a conhecer o incidente.

O banco acredita que a infração está relacionada com o seu negócio de Planeamento Financeiro, o qual foi terminado em 2011.

Enquanto que o ICO apenas pode multar empresas até 500 mil libras por violação da Lei de Proteção de Dados, a Autoridade para a Conduta Financeira pode aplicar coimas de valor ilimitado.

Steve Smith, diretor geral da Pentura, especialista em segurança de dados, diz que este incidente revela que mesmo a mais antiga informação de clientes de negócios terminados pode ter valor se cair nas mãos erradas.

Smith acrescenta que é de crucial importância que empresas que detenham informação desta natureza tenham implementadas medidas que assegurem estes dados e que controlem o acesso aos mesmos, desde que entram nas bases de dados até ao seu armazenamento a longo-prazo.

Depois de vários jornais terem noticiado o roubo de dados, o Barclays informou que já abriu uma investigação sobre assunto.

Filipe Pimentel

Formado em Ciências da Comunicação, tem especial interesse pelas áreas das Letras, do Cinema, das Relações Internacionais e da Cibersegurança. É incondicionalmente apaixonado por Fantasia e Ficção Científica e adora perder-se em mistérios policiais.

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