Avila Coworking teve aumento de 26% nos utilizadores estrangeiros

Segundo explica à Bit o CEO Carlos Gonçalves, em 2015 houve também um aumento da procura por parte dos “profissionais nómadas” que utilizam aqueles serviços pontualmente. “Registámos um aumento de 26% no número de coworkers estrangeiros, o que nos leva a concluir que este modelo é cada vez mais procurado pelos profissionais da nova economia“, declara o responsável da Avila Coworking, sublinhando que se trata de uma solução usada por muitas empresas para permitir maior equilíbrio na vida dos trabalhadores.

Carlos Gonçalves lembra ainda os resultados do Global Coworking Survey que a Deskmag publicou em 2015 e apontam para um total de 7800 espaços deste tipo em todo o mundo, um aumento de 36%. Refere ainda que Portugal está agora em oitavo na lista de países com mais espaços de coworking per capita.

“Passamos grande parte das nossas vidas a trabalhar e as pessoas já perceberam que o espaço de trabalho tem um grande impacto na sua produtividade. As empresas estão cada vez mais atentas a este fenómeno”, refere o responsável. As vantagens, segundo os especialistas, são a possibilidade de controlar custos e de pôr os colaboradores em serviço remoto a trabalhar num ambiente colaborativo.

Os espaços de trabalho flexível também têm crescido em consonância com a chamada “economia de partilha”, de que empresas como a Uber e a Airbnb são os exemplos mais prementes. Mas esta flexibilidade pode trazer maiores vulnerabilidades aos trabalhadores, dizem os críticos. É o argumento de Tom Slee, por exemplo, que publicou um livro demolidor intitulado “What’s yours is mine”, mais virado para as gigantes da “sharing economy.”

No caso do coworking, Carlos Gonçalves considera que isto é um mito. “As empresas eficientes  trabalham cada vez mais de acordo com modelos de gestão por objetivos e os sistemas de informação permitem monitorizar o desempenho das equipas de trabalho onde quer que elas estejam.”

Diz também que as pessoas preferem trabalhar “onde se sentem mais felizes e produtivas” e que as empresas só têm a ganhar com estes novos modelos de trabalho. “Naturalmente, tem que haver um equilíbrio, e o contacto físico entre as equipas de trabalho tem que ocorrer com regularidade”, ressalva. “Mas na minha opinião, a obrigatoriedade de ‘picar o ponto’ e trabalhar num espaço tradicional das 9h às 18h tem os dias contados.”

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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